Por Afonso Almeida Brandão
(...e ele também sorri(embora para ele))
Estava a ouvir na SIC Notícias o resumo da apresentação do programa do PS e, na parte da Saúde, quando o «Metralha» Pedro Nuno Santos diz que o SNS está hoje melhor, Ana Catarina Mendes, na plateia, sorriu.
A imagem é icónica, porque aquele sorriso pode querer dizer muita coisa.
Eu também sorrio, quando ouço Pedro Nuno Santos. Um sorriso incrédulo no que ouço. Um sorriso admirado com a capacidade daquele homem de sacudir a água do capote.
Ele que foi secretário de Estado até 2019. Ele que foi Ministro depois disso. Ele que podia ter feito tanto enquanto governante. E, no entanto, nada de relevante resultou das suas passagens pelo Governo.
Ele que reconheceu que o Governo do PS do seu outro colega «Metralha» António Costa deixou o País a arrastar os pés. Ele que se rodeia das mesmas pessoas, mas garante que vai fazer mais e diferente.
Mas importa recordar que, em 2015, PNS foi o grande responsável por negociar a “geringonça”, que permitiu ao Partido Socialista (des)governar, mesmo sem ter ganho as eleições. Que permitiu ao PS abalar o SNS, a Escola Pública, as infra-estruturas… como são negativos os resultados desses (des)Governos.
Na Saúde, António Costa apregoava o seu empenho no SNS. Em breve, todos os portugueses teriam Médico de Família, mas são já perto de 1.700.000 os que não têm. O acesso aos cuidados de saúde seria garantido. Mas as listas de espera por consultas e por cirurgias continuam sem resolução.
Passados estes anos, muitas foram as más medidas que se tomaram. Com o dedo de PNS, acabaram-se as PPP, que eram mais eficazes e asseguravam melhores cuidados, com poupanças para o Estado. Hospitais premiados por excelência de desempenho passaram a ser mais hospitais com problemas. Os trabalhadores da Saúde continuaram a perder o poder de compra. Os blocos não abrem por falta de pessoal. As urgências fecham. Os médicos saem do SNS, para o privado ou para o estrangeiro. Os enfermeiros seguem-lhes os passos.
A Ferrovia é mais uma área em que PNS tem grandes responsabilidades.
Em 17 de Novembro de 2022, o «Metralha» do Primeiro-Ministro António Costa e o Ministro das Infra-Estruturas, PNS, apresentaram, em grandes parangonas, o Plano Ferroviário Nacional. Um plano aberto, que levará décadas a executar, e para o qual convidaram todos a participar, “para que tenhamos um plano mais reflectido, mais ponderado, mais consensualizado”. É, por isto, “um tema de cidadania, de economia, de ordenamento do território, de ambiente e é nesta diversidade que é necessário discuti-lo”.
Atendendo à importância justamente dada ao tema, seria natural que os trabalhadores da área dos transportes, e particularmente da ferrovia, tivessem sido envolvidos, comprometidos e estivessem motivados para este grande passo.
No ano que se seguiu não pararam as greves e nenhum de nós pode planear uma viagem de comboio para os próximos dias, pois com grande probabilidade esse comboio não circulará.
O PS desde há muito que identificou a sua paixão pela Educação.
Depois dos últimos oito anos de Governo socialista, os professores passaram metade do tempo na rua. A carreira dos professores é demolidora para a construção de uma vida. Sem nunca saberem onde serão colocados, os parcos ordenados mal dão para pagar os quartos ou os apartamentos para viverem mais um ano lectivo.
Quando os alunos têm comportamentos de falta de respeito, de afronta, de ameaça, os professores não têm meios eficazes de defesa. A sua autoridade é constantemente posta em causa. As justificações que têm de dar para reterem um aluno que não teve aproveitamento são desmotivadoras. A falta de exigência é tanta que só o brio profissional dos professores os leva a continuarem tão inglória luta, como é o exercício da sua profissão.
Mas no presente ano lectivo de 2023-2024 mais de 40.000 alunos passaram para o segundo período sem terem professores a todas as disciplinas. E nas avaliações PISA Portugal apresentou um resultado humilhante, a traduzir o fracasso da orientação socialista do Ensino em Portugal
A TAP foi privatizada. O Partido Socialista reverteu a privatização da TAP. O PS gastou 3,1 mil milhões de euros com a TAP. Dinheiro dos nossos impostos, que não foram usados em benefício dos trabalhadores. Pelo contrário, muitos foram os que foram despedidos. Passados estes anos o PS propõe… privatizar a TAP!!!
Entretanto, PNS autoriza indemnizações por WhatsApp, esquece-se de o ter feito, pede explicações à TAP, depois lembra-se, contrata uma CEO sem exclusividade de funções, que é tão competente que a TAP deu lucro, mas afinal é tão incompetente que o Governo a quer despedir por justa causa.
E PNS, que esteve lá o tempo todo, consegue falar como se não tivesse estado lá. Sendo um dos principais responsáveis, consegue responsabilizar todos os outros e manter-se sem responsabilidade nenhuma.
E Ana Catarina Mendes sorria.
E eu tamnbém sorrio… o meu sorriso incrédulo.