A frase O homem é um animal político é uma expressão atribuída ao filósofo grego Aristóteles. Na obra, o filósofo argumenta que a natureza humana é caracterizada por uma necessidade inata de se associar com outros seres humanos. Ele acreditava que a política era uma parte essencial da vida humana e que os seres humanos alcançam sua plenitude apenas quando participam activamente da vida política da comunidade.
Para Aristóteles, a política não se limitava apenas à governação do Estado, mas abrangia todas as actividades colectivas que visavam o bem comum. Ele considerava a política como uma forma de alcançar a justiça, a virtude e a felicidade. Através da participação política, os seres humanos poderiam desenvolver suas capacidades e contribuir para o bem-estar da comunidade.
E tinha razão! A política é uma pólvora milenar que move os bastidores do Mundo e impõe mudanças em todas as sociedades, desde os grupos mais extensos como nações e impérios, passando pela religião, até em grupos que comumente se autointitulam apolíticos, há lá uma dose (in)visível da política a mover as bases das relações sociais. Portanto, o fim último da política é o alcance do bem colectivo!
As bases da política de baixa jaez em Moçambique fervilham em extremo contrário às ideias aristotélicas, confundem Montesquieu e fazem corar de vergonha Maquiavel. Aqui não é para amadores. É um terreno que não se sabe criar a roda, mas despoletam os maiores avatares do stabilisment da política estomal como nunca se viu na face da terra.
Ora, não há mais nada que se fala nos últimos dias senão sobre um político que pulando de um partido para o outro, dizem que tenta, a todo o custo, fazer valer a sua ambição (des)medida pelo petróleo na mão esquerda e o fósforo da mão direita que carrega uma explosiva intenção de querer propor os seus sonhos presidenciáveis:
Seu nome é Venâncio Mondlane, um grande ambicioso!
Para compreender a ambição de Venâncio Mondlane, sem sermos injustos, é necessário compreender a narrativa pela qual se desenha a sua ambição: Libertar Moçambique daquilo que considera de colonialismo de negros para negros, a mais grave forma de opressão de irmãos contra irmãos no próprio País.
Guiado pelos passos de anteriores ambiciosos, sim, ele não foi o primeiro a sê-lo! Teve predecessores, tal como ele. O primeiro conhecido e catalogado ambicioso, carrega nas entranhas da sua identidade, o mesmo ímpeto dos Mondlanes. No ímpeto libertar Moçambique dos colonos portugueses, a ambição do vovó Eduardo Mondlane falou mais alto e na esteira dos rabiscos de Pensar Moçambique, colocou à mesa a sua ambição de unir os movimentos desavindos pelo dispensável tribalismo, e fundou a FRELIMO numa jogada de ambição que acabou libertando Moçambique do colonialismo Português.
Seguiu-se um outro ambicioso. Seu nome foi Samora Machel. Bem, este ambicioso orquestrou os mais célebres comandos para a moralização, purificação e organização de um Estado. Com alguns particularismos nefastos à parte, reconhece-lhe a sua incansável ambição por organizar a pátria, prover igualidade e justiça social, o que lhe custou a vida por parte dos que não gostam de ambiciosos com visão globalista, visão de salvação de Nação. Aqui em Moçambique, até o tipo de ambição que deves ter, é vigiado 24 horas, desde que seja para benefício colectivo.
Depois surgiu um outro ambicioso. André Matsangaísa! Este ambicioso não gostava de respirar o ar da liberdade conquistada com sangue, através de tubos de esgoto do putrefata ditadura. Por isso, ciente da sua ambição de vivenciar uma liberdade plena, foi a luta pela ambição de ser livre, pelo mesmos para respirar o ar puro da verdadeira liberdade.
Infelizmente, muito cedo tombou na sua ambição de busca de justiça para todos. Mas, como sempre há um ambicioso pronto para pensar num Moçambique melhor, levantou-se Afonso Dhlakama, ambicioso por excelência. Protector das conquistas da República que, através da sua bravura, ambicionou um Moçambique em que cada um escolhesse o seu governante livremente, caminhasse livremente, entrasse na sua palhota, sinagoga ou igreja livremente, enfim, ambicionava que cada um sentisse orgulhoso de ser Moçambicano, não havando cidadania de primeira ou de segunda. Esse kota era ambicioso por querer ver o povo bem! Infelizmente a roda da morte dos ambiciosos pelo bem colectivo veio tragá-lo para o seu lado.
Hoje surgiu um ambicioso cuja cabeleira que porta, define claramente o seu nível de ambição. Começou muito cedo de mostrar a sua ambição. Na FRELIMO ele preferiu não se meter com as decisões que desde 1975, só maltratavam o Povo. No MDM descobriu que não havia agenda verdadeira para governar Moçambique, senão um tecto falso de protagonismo político que rui à cada dia. Mas, apadrinhado pelo espírito do ambicioso Dhlakama, decidiu que tudo faria para que a ambição de ver Moçambique próspero para os seus irmãos vingasse. Seu nome é Venâncio Mondlane!
Porque este ambicioso não é daqueles que pululam pela República, verdadeiros excrementos humanos que portam a excelência apenas nos carros e casas onde vivem, e ambicionam cada dia empobrecer ainda mais o povo, este nosso ambicioso especial, mostra a quem beneficia a sua ambição: O Povo. É esse o respaldo das suas acções: Pela sua ambição, Venâncio Mondlane começou ainda na Assembleia da República a mostrar a podridão do sistema. Que o digam os Celsos Correia desta vida, que, numa certa manhã, expô-los, mostrando o quanto o rei vai nú, mostrou de quantos quilogramas eram feitos os pés de barro que sustenta(m) a sua machamba de venda de ilusões. Foi este ambicioso do Venâncio que recuperou campos desviados para negócios, este ambicioso liderou marchas à favor da redução dos preços das portagens, este ambicioso organizou eventos para a restauração da justiça para as vendedoras de Nwa Nkaka, este ambicioso colocou de joelhos todo um Sistema podre que gera frutos nauseabundos e com a sua ambição, decidiu que está na hora de Libertar Moçambique.
E agora este ambicioso vê que o seu partido está sendo partido por partidários que vivem de partidos de tudo que se parte, ou não sejam eles os mesmos que ganham quando os outros partem e lhes deixam com a responsabilidade de um Partido de dimensão nacional, mas que tem sido gerido por energúmenos. Numa altura em que a história, o povo, Deus e a memória dos que batalharam por este País estão à favor da Renamo, o partido não se encontra em melhores condições de fazer leituras e compreender que a hora da libertação chegou!
Incomodados pelo brilho de um jovem com chamado natural para liderar, abrir a visão do povo em busca da sua justiça, a Renamo profana todos os dias, de forma mais jocosa possível a memória de Dlhakama, seu esteio existencial que é apenas chamado quando se recorda como é que Ossufo Momade caiu na Presidência deste Partido.
Bem, não há nada mais sublime, solidário, amoroso, digno e justo da minha parte, senão agradecer por termos ambiciosos que querem fazer a sua ambição na esfera do bem colectivo. Que olham na luta pela libertação do Povo sofrido como bandeira da sua luta. Pelo povo aceitam as sevícias, o ostracismo, a chacota, o penar, o desprezo, a traição, mas irredutíveis a este desejo, lutarão contudo o que for necessário. Não há maior ambição do que este contributo inestimável à Moçambique!
Aos que todos os dias atacam este líder, por mera inveja e de não aceitarem que nem todos somos sujeitos da história, mesmo que tenhamos cargos partidários ou de gestão de estado de topo, aos que não aceitam que só recebemos as hosanas e genuflexões de lambebotas porque hoje temos cargos e que assim que sairmos dos nossos cargos, nem sequer os micróbios da nossa pia se recordarão de nós, senão pelo azar de termos existido de forma errada no momento mais certo da nossa hiostória colectiva, à todos nós que assim pensamos, lamento informar que queiramos ou não, não há força nenhuma capaz de destruir o que foi Deus que instituiu na vida de alguém, não há acção humana capaz de destruir isso!
Um dia nos recordaremos, a chorar, por não termos aproveitado este senhor chamado Venâncio Mondlane, mas isso será quando não podermos contar com um salvador, pois matamos os nossos próprios quando mais deles precisamos! Eu me associo à ambição do Venâncio!
Viva a ambição de Venâncio Mondlane!
Escrito por: Rodolfo Francisco Macuácua