ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
“Esta bandeira pertence aos Estados Unidos, não queremos os Estados Unidos no nosso país, por causa do M-23, nós… temos aqui soldados dos Estados Unidos que têm causado muitos problemas no Congo, são os Estados Unidos que tem financiado os rebeldes com armamento e a Embaixada da União Europeia vai apoiando-os também na exploração dos nossos recursos minerais. Esta bandeira é da União Europeia e… nós também não os queremos aqui, por causa da União Europeia nós estamos a nos matar, são eles que estão a defender os rebeldes. Quando o nosso país precisa de ajuda para derrotar os rebeldes os Estados Unidos diz ao Presidente Tshissekedí para parar de os combater e dialogar e… são os Estados Unidos que estão a salvar os rebeldes, por isso, não os queremos no nosso país, pedimos ao Presidente Tshissekedí e o seu Governo para expulsar o Embaixador da União Europeia e dos Estados Unidos, nós…não os queremos aqui porque são eles que estão a destruir o nosso país” (Vundja Mifupa).
Este é só + um grito de um dos filhos da África e que segundo o mesmo os Europeu e Estados Unidos [EU] teriam sido os 'culpados' pelos últimos massacres, aliás vários massacres que desde 20[03] que esta guerra existe, segundo o mesmo são os europeus e os EU que são 'culpados' pelas últimas mortes, porquê estas duas forças tudo o quê + querem é explorar [roubar] os recursos do Congo-Záire, o Congo-Záire que é o maior país da África subsaariana e um dos países se não mesmo o país + rico em recursos minerais de toda África.
Mas…o quê que está acontecer realmente no Congo-Záire? Os tutsi que são uma força rebelde são congoleses, que instalaram-se na fronteira entre o Congo-Záire e o Ruanda, porque no Ruanda encontraram conforto, segurança eles já tinham 'ocupado' quase que Kinshasa, quase grande parte do Congo-Záire há anos atrás, mas foram derrotados e encostados, agora estão entre o Congo-Záire e Uganda.
Congoleses, 'insatisfeitos' com o Governo, com a governação do Congo-Záire que querem ver o Congo-Záire 'livre' de qualquer 'influência' externa e que saíram dum
Grupo político para um Grupo armado estão agora no Gomá na fronteira entre o Congo-Záire e Ruanda bem próximo do Uganda, porque é ali onde eles encontraram o conforto, a segurança, tanto que, diz-se várias vezes quê o Ruanda e o Uganda são as duas forças em África que estão a financiar [suportar] o M-23.
O M-23, que é composto por tutsi que também são congo-zairenses que vivem 'insatisfeitos' segundo os mesmos com a governação do Presidente agora Tshissekedí, desde o Móbutú, o Kábilá e…que viram na arma a única forma de poderem 'conquistar' o poder só que, foram 'derrotados' pelo Governo e instalaram-se agora no Ruanda.
E, claramente a região do Gomá é aqui + sofre porque para eles chegarem até Kinshasa precisam de ir “varrendo” todos territórios que estão a sua frente até chegar Kinshasa, só que, a Cidade Gomáonde eles estão instalados claramente está na fronteira vai ser sempre aquela que + sofre, no meio, os costumam parar por meio de vários Acordos entre Angola, Namíbia e Zimbabwe vale dizer que estes três países são os que apoiam o Governo do Congo-Záire.
Vale dizer, que Uganda e Ruanda são os países que “dizem” estar apoiar o M-23, que é força rebelde, razão pela qual, o Paul Kagamé várias vezes é 'acusado' de estar a financiar o M-23, “dizem” também que como disse aquele senhor, quê os europeus e os EU, também estão a financiar o M-23. São afirmações várias de que Angola, Zimbabwe e Namíbia apoiam o Governo dos Congo-Záire enquanto Uganda, Ruanda, União Europeia e EU “dizem” apoiam o M-23.
Você vê, é + uma vez africanos a 'lutarem' por interesses estranhos como diz aqui muito bem esse senhor: “nós… estamo-nos a matar porque alguns tem alguns interesses”. O que se passa é que o M-23 vai calando-se depois volta e… muitas vezes volta com muita 'intensidade' como está acontecendo agora, provocando desalojamentos, está acontecendo agora matança extrema.
Eu penso, quê o M-23 quer 'virar' as câmaras do mundo para o Congo-Záire e assim a Comunidade internacional poder olhar para o M-23 e dizer; “calma ai, porquê que vocês estão a lutar?” Estamos a lutar porque estamos 'insatisfeitos' com o autoritarismo que existe no Congo, segundo os mesmos e… se calhar assim a Comunidade internacional não só poderem fazer alguma coisa e claramente dar assim ao M-23 a possibilidade de + uma vez em 'participarem' dumas eleições no Congo-Záire e poderem concorrer para as eleições como já aconteceu inúmeras vezes, mas que nunca conseguiram ganhar.
De facto, o quê no fundo o M-23 quer é chegar ao Governo, ser o poder, governar o Congo-Záire segundo os seus 'princípios' políticos, culturais, sociais, administrativos…e o que está acontecer no Congo-Záire, é isso! Há uma força rebelde que também são congoleses, mas que vivem 'insatisfeitos' de algum lado vem o seu apoio para poderem manter até hoje.
Há [21] anos estão nesse 'embrulhar' de confusão no Congo-Záire, o Governo do Congo tem também apoio de alguma lado, mas… o grande problema é que o Congo é um grande jazigo de recursos minerais, razão pela qual, alguns não 'mediram' esforços em poder ir apoiando o Governo do Congo para quê continue lutando, assim como também alguns não mediram esforços em ir apoiando o M-23 de forma poderem continuar a lutar.
E, nós sabemos muito bem quê um país, quando há instabilidade ninguém controla os recursos é muito + fácil explorar [roubar] e vender barato, porque ninguém controla, os que estão ali no país querem 'vencer rápido' para poder comprar + insumos de guerra para lutar.
Você vê, do que está acontecendo no Congo-Záire é o mesmo que aconteceu em Angola durante os anos de guerra civil, a República Centro Africana é também nesses moldes, a guerra no sudão é também nesses moldes, a guerra na Etiópia é também nesses moldes, a guerra na Líbia é também nos mesmos moldes, a guerra em Moçambique é também nesses moldes.
Enfim, as guerras em África têm as mesmas características.
Manuel Bernardo Gondola
Maputo, aos [10] de Março, 20[24]