"Quero garantir a todos que o Conselho Nacional vai-se reunir o mais rapidamente possível para tratarmos a nossas questões internas", declarou Arnaldo Chalaua, porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), esta terça-feira.
A reunião do Conselho Nacional está prevista para a segunda quinzena de abril.
Chalaua acrescentou, em conferência de imprensa, em Maputo, que a falta de fundos tem sido um obstáculo significativo para a marcação do congresso do maior partido da oposição, tendo destacado que o evento requer uma logística complexa.
"O calendário eleitoral está a correr e nós não nos vamos distrair com essas pequenas brincadeiras. Tudo está a ser preparado e, na devida altura, vamos ter a informação. A pressa não é amiga da perfeição", explicou.
Este anúncio ocorre numa altura em que se acentua a crise no seio da RENAMO, depois do deputado Venâncio Mondlane ter submetido ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo duas providências cautelares contra o presidente do partido, Ossufo Momade.
"Recado" para Venâncio Mondlane
A bancada parlamentar da RENAMO expressou a sua desaprovação em relação às ações interpostas no tribunal por Venâncio Mondlane, classificando-as como destituídas de fundamentos.
O porta-voz Arnaldo Chalaua afirmou que as ações de Mondlane não têm justificação e que ele tem "interesses inconfessáveis", além de utilizar a sua capacidade discursiva para denegrir publicamente a imagem do partido. Chalaua alegou que Venâncio Mondlane tem violado os estatutos do partido ao realizar atividades partidárias sem o consentimento do presidente da RENAMO, Ossufo Momade.
"A indisciplina demonstrada pelo nosso colega tem de terminar. Convidamo-lo a redefinir-se. A sociedade moçambicana tem de perceber que não há casa sem regras", apontou.
Questionado sobre a possibilidade de expulsão de Venâncio Mondlane, Arnaldo Chalaua respondeu que "a RENAMO nunca vai pensar em expulsar, até porque tudo o que ele [Mondlane] faz é vitimização".
DW – 19.03.2024