Uma caravana da UNITA, em que se encontravam três deputados e vários militantes locais, foi atacada na província de Cuando Cubango nesta sexta-feira, 12, numa ação que deixou um morto e quatro feridos.
A informação foi confirmada à Voz da América pelo deputado Maurílio Luyele, para quem tudo aponta que o ato foi premeditado.
"A meio do percurso encontramos uma barreira constituída por pessoas caraterizadas com camisolas do MPLA que bloquearam a estrada e que, de seguida, começaram a arremessar uma série de pedras para os nossos carros, tentamos ripostar como podíamos, mas tivemos de sair a correr", começou por dizer Luyele, quem contou ainda que "do confronto resultou um morto, objeto de várias pedras no seu crânio, mais provável que a causa da morte seja traumatismo craniamo, temos quatro feridos, um dos quais em estado grave porque teve um ferimento grave no olho esquerdo".
Quanto às causas do ataque, aquela parlamentar da UNITA afirmou que "da forma como a barreira estava posicionada, foi um ato premeditado".
"Na véspera, recebemos um panfleto a dizer que a UNITA, no Cuito Cuavanavale, só teria entrada não teria saída. Não levamos muito a sério esse panfleto anónimo, mas em todo o caso fizemos constar isso às autoridades policiais e elas garantiam que seriam posicionadas unidades ao longo da via", disse Maurílio Luyele.
O parlamentar é perentório ao dizer que o ato terá sido premeditado.
"Naquele local onde os fatos ocorreram, havia dois homens da polícia posicionados que nada fizeram para a proteção da caravana, pelo que pensamos que trata-se na verdade de um ato premeditado", continuou Luyele.
O principal partido da oposição em Angola contatou o comandante da Polícia Nacional (PN) em Cuando Cubango que enviou carros e homens para o local, mas quando chegaram a delegação já tinha regressado de Menongue.
Até agora, nem a PN, nem autoridades políticas ou partidárias pronunciaram-se sobre o ataque.
Na sua página no Facebook, o presidente da UNITA, criticou o silêncio oficial.
"A Presidente da Assembleia Nacional deveria manifestar-se de imediato, condenando as agressões físicas e as violações às Leis e à função do deputado", escreveu Adalberto Costa Júnior, quem acrescentou: "E o mais grave é verem-se agressões aos deputados, perante o silêncio do Presidente da República. Perante o silêncio da Procuradoria-Geral da República", Quando assistimos ao triste espectáculo de membros do governo recusarem prestar contas ou receber deputados eleitos, a responsabilidade deve ser dirigida ao Chefe do Governo, o Presidente da República".
VOA – 12.04.2024