INTRODUÇÃO
A Ilha de Moçambique, na Província de Nampula, é uma pequena Ilha quase plana, com 3 km de comprimento para uma largura máxima de cerca de 500 m. Liga-se ao continente através da Baía de Mussoril, por uma ponte. Tem uma situação geográfica favorável para as comunicações marítimas, mas condições adversas para a sua habitabilidade; sem água, o clima sub-equatorial, tem uma temperatura e humidade anuais elevadas. Apesar disso, revela uma ocupação intensa, com cerca de 17000 habitantes. No país é um destino turístico único dada a sua classificação como local de Património da Humanidade. Antiga cidade portuária, criada a partir do século XVI pela presença colonial portuguesa apresenta-se hoje como uma herança pós-colonial que inevitavelmente atrai um turismo pós-colonial.
A actividade turística na ilha apenas se pôde iniciar depois do acordo de paz, que em 1992 deu por fim a uma guerra civil sangrenta. Mas na verdade ela reiniciava-se. O potencial da Ilha como destino turístico já nos anos 60, antes da descolonização do país, tinha sido fomentado. Esta persistência pela opção do desenvolvimento turístico da ilha, para além de contextos políticos contraditórios levanta algumas questões, questões sobre património e os seus usos e, aqui em particular o uso turístico, em contextos diversos. A questão mais abrangente é a dimensão política do património e do turismo cultural.
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