Por Afonso Almeida Brandão
Recentemente o Índice Global de Inovação colocou Portugal entre as 30 economias mais inovadoras do Mundo. De 2022 para 2023, Portugal subiu duas posições no ranking que comparava 132 economias mundiais.
O Governo (Chuxa)Socialista anunciou várias iniciativas para estimular a inovação e a digitalização no País, mas entre o anúncio e a execução, como sabemos, existiu um fosso significativo.
E é um facto que a inovação tem sido muitas vezes descurada pelos Governos, mas desempenha um papel fundamental no desenvolvimento económico de Portugal, já que permite um crescimento sustentável, bem como promove mais criação de emprego qualificado, estimula o crescimento económico e maior competitividade do País.
A definição de inovação é essencial para compreendermos o seu impacto na Economia. A inovação pode ser entendida desde a introdução de novos produtos e serviços no mercado até a implementação/melhoria de processos e tecnologias que melhoram a eficiência e a produtividade das organizações, sejam elas públicas ou privadas. É um impulsionador de competitividade das empresas, que permite que elas se destaquem no Mercado Nacional e Global, incluindo os países da CPLP a começar por Moçambique.
Um dos principais benefícios da inovação é o aumento da competitividade das empresas no mercado global. Através da adopção de práticas inovadoras, as empresas conseguem desenvolver produtos e serviços únicos, o que lhes permite aumentar a sua relevância e atractividade para os consumidores. Ao impulsionar a procura, aumenta a produção e a facturação das empresas.
É também a inovação que contribui para a criação de empregos qualificados. Depois de investimento em pesquisa e desenvolvimento, as empresas têm de procurar profissionais altamente qualificados para realizar o trabalho, o que gera oportunidades para os engenheiros, os cientistas, especialistas em tecnologia e em tantas outras áreas em que a inovação acontece. E no Jornalismo também. Assim se fortalece o Mercado de Trabalho e estimula a formação de talentos na área. É fundamental apostar na Inovação para que também esta aposta seja uma forma de reter talento no nosso País.
O cenário da Inovação em Portugal e também nos Países da CPLP no que diz respeito às iniciativas governamentais de estímulo à inovação, no Sector Público têm sido lentamente implementadas, e para com o Sector Privado existe a sensação por parte do sector privado, dos empreendedores, que há ainda lugar para a criação de mais incentivos a investimento em projectos inovadores.
Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento são muitas vezes realizados em parceria com universidades portuguesas, que também têm vindo a desempenhar um papel fundamental no cenário da inovação em Portugal. De acordo com dados do Eurostat, este tipo de investimento aumentou significativamente nos últimos anos.
São estes investimentos que, através de modelos colaborativos, abrem portas ao desenvolvimento de novas tecnologias, produtos e processos, que contribuem para o avanço tecnológico e consequente competitividade das empresas portuguesas e de todas aquelas que estão implantadas nos países dos PALOP´s.
Há que valorizar estas parcerias, que permitem a troca de conhecimentos e experiências entre os mais diversos sectores e a academia, criando produtos e tecnologias cada vez mais robustos e alinhados com as necessidades do mercado. Além disso, estas parcerias proporcionam a formação de profissionais altamente qualificados, capazes de aplicar a inovação de forma eficiente nas empresas. Porque não basta injectar capital, é fundamental ter pessoas capazes, com visão, que permitam fazer acontecer.
Há uma evidente correlação entre a colaboração das universidades com as empresas e o estímulo ao empreendedorismo e o surgimento de startups, sendo um factor de promoção da criação de novos negócios inovadores que impulsionam consequentemente o crescimento económico do país. Mas é também através da adopção de novas tecnologias, processos e práticas de gestão inovadoras, que as empresas conseguem melhorar a eficiência, reduzir custos e oferecer produtos e serviços diferenciados no mercado. Além disso, a inovação também permite que as empresas se adaptem de forma mais ágil às mudanças nas condições de mercado e às necessidades dos consumidores, garantindo assim a sua sobrevivência e crescimento a longo prazo. Através da criação de produtos e serviços inovadores, as empresas podem conquistar novos mercados, ganhar vantagem competitiva em relação aos concorrentes e aumentar a sua participação no mercado nacional e internacional.
Com o avanço tecnológico e a adopção de práticas inovadoras, surgem novas oportunidades de trabalho em sectores de alta tecnologia e conhecimento, como a indústria 4.0, a inteligência artificial e a biotecnologia. Áreas em que Portugal não deveria apenas querer estar no 30º lugar, a título de exemplo, mas sim no Top dos 5 primeiros.
Empregos nestas áreas requerem uma mão de obra altamente especializada e qualificada e Portugal e a CPLP tem capacidade para atrair talento com estas característica, sendo o investimento em inovação uma forma de contribuir para o desenvolvimento de uma força de trabalho altamente qualificada e competitiva.
Porém, nos últimos anos Portugal tem sido um exportador de massas cinzentas, precisamente porque não cria postos de trabalho suficientemente qualificados que permitam que os nossos jovens encontrem em território português uma solução profissional à altura dos seus conhecimentos e ambições, acontecendo o mesmo em alguns dos países que fazem parte dos PALOP´s, designadamente, Angola e Moçambique, o que é pena.
E maior investimento em inovação significa que estamos a apostar verdadeiramente na retenção de talento, mas também na atractividade de trabalhadores altamente qualificados, na exportação do que em Portugal (sobretudo) e nos países da CPLP de melhor se faz e consequentemente uma Economia mais forte e Competitiva.
O impacto é real e visível na Economia destes países. É a impulsionar a Produtividade e a Competitividade das Empresas, e com mais inovação que aumentamos o PIB e contribuimos para o desenvolvimento sustentável e prosperidade de Portugal e dos ex-estados Ultramarinos também.
Há uma nova esperança com a Aliança Democrática agora impossada no Governo de Luís Montenegro — mas lamentamos dizer que o mesmo não se passa com os (des)governos de Angola e Moçambique, com o MPLM e FRELIMO «sem eira nem beira» há tempo demais nos respectivos “poleiros”... E o exemplo da criação do Ministério da Juventude, aliado à Inovação, é um bom sinal da visão estratégica que o actual Primeiro-Ministro português tem para o País. O que desde já enaltecemos.
Sabemos que esta nova Legislatura da AD contará com muitas forças de bloqueio. Mas estejamos cientes de que a cada dia de bloqueio outros se tornam mais competitivos e atractivos que nós. O que não vem acontecendo com os países que integram a CPLP, por exemplo.
A inovação é chave para a prosperidade de todos estes Países. Precisamos sempre dela, em suma. Alguma dúvida?