Por Afonso Almeida Brandão
Os defensores da Nova Ordem, eufemismo para uma nova esquerda, geraram uma cartilha que tem sido a corda com que a alta burguesia e empresários se vão enforcando aos poucos, como bem previu Lenine.
Na verdade, a Economia vem sendo acossada pelas políticas económicas voltadas para o endividamento público, inflação, desemprego — pelo alto risco jurídico e económico de se empregar — e aumento da intervenção do Estado. E com cada vez mais funcionários públicos, bem-remunerados e de baixa produtividade. Tudo que é público em Moçambique, tem fila e demora. Basta irmos a qualquer uma Repartição tratar de algum documento urgente para verificar que não estamos a dizer nada que não seja verdade. Coisas que requerem cada vez mais dinheiro, que sai do bolso do contribuinte, especialmente dos mais pobres pelo aumento de impostos. Enfim, dura realidade...
As empresas maiores estão a tornar-se corporações, sem donos, com executivos mais preocupados com os prémios do que com o ambiente favorável ao desenvolvimento dos negócios ao longo do tempo. Querem lucros já, a qualquer custo, para garantir prémios milionários. Uma grande empresa moçambicana cujo nome não vamos revelar, está a propor alterar sua política de remuneração de Executivos criando um tecto para as participações. E a realidade é que o Mundo cresceu no pós-guerra sem estes exageros, com os seus reflexos também aos países que hoje representam a CPLP, após a Descolonização, sobretudo desde que são independentes. E Moçambique não fica atrás...
A banalização da corrupção é outra meta, que abre as portas dos governos a traficantes de influência, que com a cumplicidade da Justiça torna normal a impunidade. Os grandes vigaristas, ladrões do sector público, traficantes de droga a envolver figuras do Estado e não só, que “comem à fartazana” do Erário Público e também do Privado, depois de “apanhados” e condenados pelos Tribunais, acabam por ficar um período pequeno na cadeia para usufruir depois da impunidade dos ganhos indevidos. Depois de roubar de diferentes formas, um dos negócios do momento em Moçambique é a advocacia criminal. Os clientes têm sempre dinheiro farto para garantir a impunidade que a nossa Legislação permite.
Quem tem memória ou um mínimo de cultura, informação, pode comparar o que ouviu, leu sobre a qualidade dos políticos e executivos públicos em relação ao roubo das Dívidas Ocultas e à sistemática Corrupção que vem sendo praticada entre nós e a verdade é que ninguém (ao que parece) nada faz — ou faz quase nada. O Moçambique dos militares e um pouco da nossa PRM, das grandes obras, sem escândalos, sem milionários da noite para o dia, o mesmo que acontece nos governos ibéricos de Salazar e Franco, os franceses até Giscard d’Estaing e acabando nos governos africanos, com Angola e Moçambique à caberça, etc., etc..
Por outro lado é bom não esquecer que o crescimento demográfico desordenado e a Imigração sem qualificação abriram as portas à baixa produtividade, à exploração da pobreza e à insegurança nas ruas. Tudo feito com a tolerância e um falso discurso de preocupação social. O Capitalismo omisso através de suas lideranças e “aquele outro” que impera nos países dos PALOP´s.
Não podem estar a pensar nos pobres que defendem a verdadeira invasão da Europa Central e das ex-colónias portuguesas por imigrantes que acabam por encher hospitais e prisões. Muito menos defende a Justiça Social quem cria Leis Laborais que levam os empregos do Ocidente para a Ásia.
A reacção da Sociedade tem sido lenta e pontual, é um facto que temsos de admitir. Damos um exemplo: esta semana surgiu no Brasil a oportuna denúncia dos favorecimentos escandalosos na designação de Administradores Judiciais de empresas em recuperação judicial, exemplo maior foi a OI, que lesou milhares de portugueses. São parentes e aliados de magistrados que manipulam e destroem o Património destas empresas, lesando accionistas, funcionários e credores. E as contas de advogados que recebem honorários incompatíveis com seus escritórios. E todos sabemos que casos desses, em Moçambique e em qualquer outro País Africano (incluindo Moçambique), é «o pão nosso de cada dia».
Localizar suspeitas de corrupção e favorecimento não seria difícil caso houvesse acompanhamento nas compras de automóveis de altíssimo luxo, aqueles que, em Moçambique, no Brasil como em Portugal, custam o equivalente a mais de 400 mil euros, vida ostensiva em hotéis e restaurantes caros. Quem não deve não vai temer esta fiscalização. O “filhote” do nosso Presidente da República, Florindo Jacinto, que diga de onde consegue tantos milhões de dólares USD para comprar as “maquinas” que tem — e os Hotéis e Restaurantes de Luxo que frequenta, além dos passeios de avião que faz com frequência, por aqui e por acolá, enquanto a maioria do Povo Moçambicano vive abaixo do Limiar da Pobreza. Perguntar não ofende, não é verdade?
Haja coragem e tempo de se deter esta escalada de ostentação gratuíta, esta destruição de valores éticos, morais, religiosos e históricos em Moçambique.
Os embates do momento, a guerra e a violência não podem barrar um mínimo de preocupação com o Futuro. Vivemos um clima de grande incerteza quanto aos dias de amanhã. Quem dúvida? Quem não acredita...? Mas a Família do “nosso” Presidente Nyuse e da maior parte dos (des)governantes e Políticos que temos em Moçambique — e um pouco por todos os países de expressão portuguesa dos PALOP´s — não devem ter concerteza problemas de ordem financeiros...
Os nossos jovens, em contrapartida —, que não fazem parte desta RIQUEZA e desta OSTENTAÇÃO VERGONHOSA! — merecem receber um Mundo que os seus avós receberam, independentemente da Latitude e do extracto social em que estes se encontrem. Valorizar a PAZ, a DECÊNCIA, o TRABALHO, o AMOR AOS PAÍSES e nunca às ideologias. As Sociedades andam doentes e entregues à bicharada, a começar pela Sociedade Moçambicana, pois é essa aquela que mais nos preocupa e nos diz directamente respeito — acima de tudo. E precisa de recuperar! URGENTEMENTE.
Na verdade, a nossa Democracia está a ser usada e abusada para a sua própria destruição, com a demagogia populista, tolerância com o erro, com o roubo, com o compario de da política de que «uma mão lava a outra» e o abandono do mérito como critério na ocupação de cargos públicos. E não só! A corrupção infiltra-se na Administração Pública, nos Governos e nos Partidos Políticos, como veneno para minar os valores éticos e morais da Cultura judaico-cristã que construiu o que o Continente Africano e Europeu são actualmente.