De Angoche Província Nortenha de Nampula, chegam-nos relatos a partir das fontes seguras, que a população de Angoche, foi impedida de abandonar o local onde o Presidente República, participou nas cerimónias de Eid-ul-fitre, uma cerimônia que marca o fim dos 30 dias de jejum dos fiéis muçulmanos.
A Zumbo FM Notícias, soube que tudo começou quando se notava uma ligeira demora no início das cerimónias do Eide-Ul-Fitre, porque esperava-se a chega do Chefe do Estado, Filipe Nyusi.
Apercebendo-se da situação cansados de esperar, os fiéis que ocorreram ao local para participar naquela importantíssima cerimônia na religião islâmica, começaram a abandonar o local, facto que levou a polícia a impedi-los cercando o local. Para alguns, que mesmo assim tentavam sair, a polícia teve que ser mobilizada para perseguir e obrigar aqueles fiéis a permanecerem no local.
"Numa de que Nyusi está aqui, era para rezar connosco depois estavam a demorar o quê?! Rezar aquele Id aí porque estavam a espera de Nyusi. Agora quando falaram de Nyusi as pessoas começaram a sair, então cercaram todo campo que ninguém pode sair, tínhamos que rezar obrigatoriamente com eles. As outras pessoas começaram a sair cercaram todo campo para não sairmos, mas passamos um sítio aí desviamos já saímos, assim estamos a correr estamos a ser perseguidos com a Polícia."- disse uma fonte anónima num contato telefónico visivelmente traumatizada pela situação.
Entretanto, o facto é também confirmado pelo Jornalista e Coordenador da Rádio Parapato, uma emissora local baseada no Município de Angoche em Nampula.
Momade Lahaia, que falava num contacto telefónico com a Zumbo FM Noticias, confirmou o facto acrescentando que houve também por parte dos dirigentes uma intenção de misturar a política e a religião o que criou um alvoroço no seio dos fiéis muçulmanos que ocorreram ao local para celebrar o Eid-Ul-Fitre.
ʺHouve alvoroço, Nyusi falhou com a população, Nyusi atrasou muito. Chegou por ai 08:40 uma coisa que naturalmente acontece a partir das 08:00 no máximo. Abandonaram algumas, se é que outras ficaram foi por causa da contingência militar. Estava a proibir pessoas sair do local. Esse que foi o problema, oque aconteceu por causa daquilo de protocolo e não protocolo eles limitaram, faz de conta que mediante a entrada de Nyusi, ninguém mais devia sair. Só Nyusi tinha que entrar ninguém mais sai ou entrar até Nyusi sair. E ninguém mais que deveria sair antes que Nyusi tivesse ido embora. O que acontece aqui no litoral de Angoche, a politica não é muito misturada com religião, você pode encontrar membros da Frelimo e da Renamo na mesma mesquita a rezar numa boa mas quando começam envolver assuntos profissionais religiosos ai misturam com a política [….] o que estava a acontecer é uma coisa mais ao menos consideravelmente levar a religião misturar com a política. Houve um Shek que por sinal é membro da Frelimo, acabou proferindo algumas palavras que a populacao não gostou. Houveram criticas. Presidente tinha que se colocar no lugar das pessoas[…. ] até outras pessoas perguntam imagine se fosse uma missa da igreja ele faria mesma coisa? Porque começa a levar em conta que epha é por causa de ele não ser muçulmano. Mostrava uma imagem ai que quando toda gente inclinava cabeça para o chão ele não inclinava ficava assim e nós se perguntávamos se era por causa da desconfiança ou por causa de ser gordo?! Mas eu dúvido que dentro da religião não tinha alguém gordo mais que eleʺ.- disse o Jornalista e Coordenador da Rádio Parapato em Angoche, Momade Lahaia.
Está não é a primeira vez que acontecem situações do gênero com o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi. No dia 08.11.2023, o Presidente foi obrigado a parar de ler o discurso escrito devido ao barulho da população do Posto Administrativo de Govó-Gêr-Gêr, em Nampula durante a cerimónia de inauguração de energia elétrica. A cerimónia acabou terminando com a população a abandonar o local.