O deputado da Assembleia da República, Elias Dhlakama, e irmão do antigo presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, entende que o partido foi enganado pelo Governo nos termos dos acordos para o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).
“Foi muito mal feito e às pressa. A Renamo foi enganada, porque nós tínhamos pressa de beneficiar das mordomias, e nos esquecemos de negociar melhor”, disse numa entrevista concedida ao jornal Savana.
Ele considera inconcebível que os homens de guerra do partido recebam pensões mínimas, entre mil e cinco mil meticais, e tenham recebido poucos e pequenos materiais de construção de habitação.
Elis Dhlakama diz estranha como decorreu a cerimónia para o encerramento da última base da Renamo, porque, por via de regra, as guerras terminam na mesa negocial.
“… mas nunca vi na história de guerra do mundo que o presidente de uma guerrilha entregue a última arma ao adversário. Aquilo foi um sinal de rendição. Por isso, a Frelimo brinca connosco como quiser”, referiu.
Na sua visão, o actual Presidente da Renamo, Ossufo Momade, depois de ascender ao cargo em 2019, tratou o DDR sozinho, e distanciou-se de tudo o que já vinha sendo negociado por Afonso Dhlakama.
“Tratou o assunto sozinho. Distanciou-se daquilo que estava a ser negociado e negociou outras coisas. O General Thimosse Maquinze tinha o dossier todo, mas Ossufo preferiu tratar tudo sozinho…. Não sei se traiu a alma de Afonso Dhlakama ou da Renamo”, disse.
MZNews - 14.04.2024