Por Francisco Nota Moisés
Tenho que dizer que não sou o tipo de pessoa a quem alguém pode dizer quem é bom e quem é mau no cenário politico de Moçambique. Para começar, tenho que dizer que não estou interessado na política activa moçambicana que provou ser uma piada desde que tive a má sorte de conhecer a Frelimo em 1968 à qual estive ligado durante um período de 6 meses, e isto visto que não podia estar na Tanzânia do ditador Julius Nyerere sem estar ligado à Frelimo.
Os 6 meses que estive ligado aquela organização que se revelou a mim e aos outros como uma organização terrorista foi o tempo de rápida aprendizagem e rejeição da organização terrorista e de oposição serrada a liderança dos facínoras tais como Eduardo Mondlane, o camuflado agente dos americanos e dos portugueses; Uria Simango, um homem que era inconstante que vacilava entre Eduardo Mondlane e o padre Mateus Genjere; os sanguinários Samora Machel cujo comportamento era manifestamente dum doente mental, o assassino Joaquim Chissano, Mariano Masinhe, Sebastiao Mabote, Alberto Chipande e outros como eles que nos dirigiam para as trevas, a morte e para o inferno.
Esses senhores tinham transformado a Frelimo numa situação autenticamente sanguinária e terrorista de matanças de membros sem justificações ou por apetite de matar outras pessoas.
Foi durante aquela rebelião que se distinguiu o padre Mateus Pinho Gwenjere com o apoio massivo dos militantes contra a ditadura mondlanista.
Foi esse movimento que forcou o falido terceiro congresso cujo encontro foi forcado a debandar no princípio mesmo quando um avião reconhecedor detectou o magote dos dirigentes bandidos e dirigiu aviões de ataque portugueses para atacar o grupo dos dirigentes que fugiram em debandada na selva ate que chegarem na Tanzânia.
De antemão, nós queríamos que aquele congresso fosse feito na Tanzânia para que todos nós pudéssemos votar quem seriam os novos dirigentes da Frelimo. Gwenjere, que dirigia a rebelião, se dizia ser um homem de Deus e não queria ser o líder. Ele sô queria que a Frelimo se concentrasse na luta de libertação do colonialismo português e não fosse uma organização terrorista contra os seus próprios membros.
Para nos excluir, os dirigentes da Frelimo decidiram que o encontro seria na sua dita zona libertada no norte de Moçambique com a intenção de prender e matar os seus oponentes que ousassem ir la.
O que é que nós os rebeldes na Frelimo queríamos? Queríamos uma Frelimo não caracterizada por uma atmosfera de medo, terror e chacina em massa, o que no interior forcava muitos combatentes a se renderem aos portugueses como o destacado e malogrado comandante Zeca Caliate. Queríamos também que se respeitassem os direitos humanos.
Os tanzanianos me separaram e outros da organização terrorista e exilaram nos para o então campo de refugiados de Rutamba, no distrito de Lindi na região de Mtwara no sul da Tanzânia donde eu viria a empreender uma fuga épica naquele país que era governado como a Coreia do Norte da dinastia totalitária da família dos Kims, um regime que Julius Nyerere admirava e adorava. Na fuga épica, fintei e sobrevivi duas perseguições por agentes armados do regime nyererista; um encontro-choque com uma alma doutro mundo que ate então não posso dizer o que era – se era um espirito antepassado intervindo a hora certa para que eu não perecesse naquela noite escura e com assobios de maus espíritos no ar e gritos da gente maligna da Frelimo ou se era um xipoco ou um feiticeiro, como dois tanzanianos vieram a me dizer muito anos depois, fazendo a sua andança satânica noturna. Deparei me com quatro leões – três fêmeas e um macho com uma grande juba – e com elefantes na manhã seguinte.
Uma semana mais tarde cheguei em Nairobi no Quénia que seria, e foi, o meu esconderijo seguro por um período de 17 anos, 2 dos quais vivi na eMaswatini, na então Suazilândia, muito perto do inimigo Frelimo.
Quando a Renamo nasce depois da independência, o seu líder Afonso Dhlakama que sucedeu André Matsangaisse, revelou-se ser um outro tanto como os lideres a quem nos opomos na Frelimo em 1968. Ele transformou a Renamo em sua propriedade pessoal sem o mínimo de liberdade de expressão. E fez-se de chefe vitalício por 40 anos a partir de 1979 até a sua morte. Os congressos que ele empreendeu foram palhaçadas como as da Frelimo. Dai que Ossufo Momade se comporta como ele visto que não aprendeu nenhuma democracia de consulta com outros membros da sua organização durante o tempo do seu patrão Afonso Dhlakama que era um inimigo dos conceitos de liberdade e da democracia.
Politicamente, a Renamo e a Frelimo são a mesma coisa. São organizações totalitárias e inimigas da liberdade e democracia que nunca e jamais podem gozar do meu apoio, mesmo que não esteja e não queira mais a política activa.