A operação, designada ‘’Stop Lavagem de Capitais’,’ fez várias buscas a residências e estabelecimentos comerciais em Maputo, Matola, Nampula e Nacala
Analistas políticos moçambicanos tecem duras criticas ao comunicado da Procuradoria-Geral da República (PGR) relativo à instauração de processos com 40 indiciados no crime de lavagem de dinheiro e à apreensão de 330 milhões de dólares, por não arrolar as pessoas envolvidas nisso nem indicar onde é que estão os bens apreendidos.
Entretanto, uma fonte policial disse que o empresário Gulam Hassan, pai de Nuro Gulam, procurado por alegado tráfico internacional de droga, foi detido nesta quarta-feira, 29, em Nacala, província de Nampula, no âmbito da operação ‘ stop ’Lavagem de Capitais levada a cabo pelo Ministério Público (MP).
O comunicado do MP diz que o modus operandi dos arguidos se traduzia na criação de empresas de fachada que as usavam como veículo de exportação de capitais, cuja origem dos fundos em causa é de proveniência ilícita, nalguns casos desconhecida.
Na operação, designada ‘’Stop Lavagem de Capitais’’, várias buscas a residências e estabelecimentos comerciais foram feitas nas cidades de Maputo e Matola, sul de Moçambique e Nampula e Nacala.
Para o jornalista Luís Nhachote, este é um comunicado para vangloriar uma pretensa vitória porque isto está longe de representar um combate ao crime organizado.
Aquele analista político refere que ‘’um combate cerrado sobretudo contra o crime organizado não passa por comunicados, o que é importante é ver pessoas julgadas e efetivamente condenadas’’.
Entretanto, uma fonte policial disse que o empresário Gulam Hassan foi detido em Nacala no contexto da operação contra a lavagem de dinheiro, uma cidade onde, segundo Luís Nhachote, o Estado tem sido incapaz de combater o trafico de drogas.
O também analista político Rui Mate reconhece que as apreensões do MP mostram algum trabalho, mas critica a falta de transparência nesta operação porque não se diz quem são as pessoas, nem onde se encontram os bens apreendidos.
Por seu turno, o analista Egidio Plácido considera que Moçambique precisa limpar a sua imagem a nível internacional, porque tem sido apontado como um país onde o crime organizado, incluindo o narcotráfico está a um nível muito elevado.
VOA – 30.05.2024