Rogério Zandamela, o governador do Banco de Moçambique, disse recentemente que o Governo está altamente endividado, o sector público idem. E Moçambique depende largamente de financiamento estrangeiro para se aguentar. E como se não bastasse, o País está na lista cinzenta do Gabinete de Acção Financeira Internacional (GAFI), donde tem que sair até Outubro. Algum trabalho está a ser feito, mas não o suficiente para sair da tal lista cinzenta.
E o Banco Mundial já alertou para o risco de o País ter dificuldades de ter acesso aos mercados, pelo facto de estar nessa famosa lista cinzenta do GAFI.
Quando foi feita uma análise da situação do Pais foram constatadas muitas vulnerabilidades relativamente ao terrorismo e lavagem de capitais, sobretudo na parte da implementação de acções contra estes fenómenos. E o Governo ficou a dormir. Agora que o prazo está prestes a esgotar-se, assistimos estas prisões de indivíduos supostamente ligados ao branqueamento de capitais, trafico de drogas, financiamento ao terrorismo e tantos.
O facto de Moçambique estar na lista cinzenta tem consequências de natureza reputacional, em primeiro lugar, e maiores dificuldades no acesso aos mercados financeiros. E o País precisa, de facto, de aceder a esses mercados financeiros internacionais, para financiar o seu desenvolvimento.
Na eventualidade de não conseguir sair, haverá penalizações que muito pesarão ao mais pacato dos cidadãos. O dólar, no mercado negro, vai subir em flecha. Os cartões de débito e de crédito deixarão de funcionar quando se for a Nelspruit e, claro, haverá limitações na emissão de vistos para quem quer viajar para o exterior.
O combate à corrupção, neste País, é teórico. Não existem acções concretas conhecidas pelo povo sobre o combate à corrupção. O Governo devia ter trabalhado com mais agressividade para corrigir as fragilidades que fizeram com que o Pais fosse colocado na lista.
E este Governo, todo mundo sabe, trabalha quando é acossado ou quando o leite já derramou-se. Foi assim com as dívidas ocultas. E a Frelimo não fala disto. Não traz à discussão popular assuntos sérios que têm que ver com o quotidiano do povo. A Comissão Política da Frelimo sempre que aparece em forma de comunicados insípidos é para se auto-ridicularizar. Aprova tudo o que o Governo faz e saúda, com reverência, um Presidente sem obra.
Prometemos trazer uma informação detalhada sobre este assunto que devia preocupar a todos os moçambicanos. É isto que nos deve preocupar e não o Chapo, Mondlane e quejandos.
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