A União Europeia (UE) considera duplicar o financiamento para apoiar as Forças de Defesa do Ruanda no combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique. Segundo a Bloomberg, a entidade tenciona investir 42,8 milhões de dólares em equipamento militar não letal e transporte aéreo.
De acordo com a publicação feita nesta segunda-feira, 17 de Junho, espera-se que os Estados-membros da UE discutam a proposta nas próximas semanas, havendo um “forte apoio político dos países mais influentes do bloco”, visto que o projecto de gás natural liquefeito (GNL), liderado pela TotalEnergies e paralisado desde 2021, é visto “como uma futura fonte de combustível para a Europa e adquiriu maior importância desde que a invasão da Ucrânia pela Rússia prejudicou o abastecimento”.
A Bloomberg revelou que a Europa iniciou em 2022 o financiamento do exército ruandês, com base no “Mecanismo Europeu para a Paz”, um fundo de 5 mil milhões de euros que permite à UE prestar assistência a exércitos estrangeiros por via de acordos bilaterais.
De acordo com a informação avançada, o apoio ao Ruanda surge no meio de “preocupações” geradas pela retirada da Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (Southern African Development Community Mission in Mozambique, SAMIM, em inglês), do Teatro Operacional Norte (TON) que deixará o País em definitivo no dia 15 de Julho.
Entretanto, diante destes acontecimentos, o Governo ruandês enviou, nas últimas semanas, mais de dois mil novos soldados para auxiliar no combate aos insurgentes e preencher a lacuna deixada pelos militares regionais.
A província de Cabo Delgado enfrenta ataques terroristas há mais de sete anos, que levaram a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, libertando distritos junto aos projectos do gás.
Depois de um período de relativa estabilidade, novos ataques e movimentações foram registados nas primeiras semanas do mês de Fevereiro, levando entidades estrangeiras a restringirem as viagens para aquele ponto do País.