(Felisberto Botão: uma espécie de “escrivão” do jornal Evidências)
Faz em Julho próximo 10 anos que escrevi a denunciar que andavam alguns dos “iluminados” da nossa praça apoquentadíssimos porque a Guiné Equatorial iria pertencer à Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa (CPLP), muito incomodados por ser uma ditadura. Não se incomodaram nada quando as “ditaduras cleptocráticas” angolana e moçambicana (a título de exemplo) entraram para a Comunidade, mas, claro, a gente sabe que há “ditaduras boas” e há “ditaduras más”…
Se nós tivéssemos estadistas e não “políticos” e se os comentadores da “treta” e de trazer por casa” não se enleassem na micropolítica e tivessem um mínimo de conhecimento histórico, talvez vissem essa entrada de outro modo. Mas como se trata de gente ignorante (e convencida) o melhor mesmo é nós não descermos a pormenores...
Sem alardear grandes sabedorias e revelações — despropositadas aqui e agora — sempre direi o seguinte: parte substancial do estado que vai entrar é constituído historicamente por territórios (ilhas de Fernando Pó e Ano Bom) que foram portugueses cerca de trezentos anos… Descobertas por Fernando Pó em 1471, foram cedidas posteriormente à Espanha, em 1778.
Trocadas por território no Brasil, a troca foi tida como traição pelos habitantes, que se revoltaram, e de tal modo, que os espanhóis só no final do século XIX, conseguiram ocupar efectivamente as ilhas, aceitando que os revoltados “portuguesistas” se mantivessem praticamente independentes, elegendo um conselho de cinco membros que os governou ao longo dos anos…
Nestes mesmos territórios, os habitantes têm a “Fá de Anbó” — fala de Ano Bom, crioulo português — como meio de comunicação. Além de outras tradições arreigadamente portuguesas.
Sabemos bem que as Ditaduras vão e vêm, os Povos ficam para além das contingências e dos acidentes. Se os nossos (?) Jornalistas e Opinadores da “treta” que tempos por cá — como é o caso da “aberração” do “desflorido” (?) cronista Felisberto Botão que o Semanário EVIDÊNCIAS “alvitra” ser pela Verdade e que tem como “seu escrivão” a um imbecil deste “calibre” — pois seria bom que soubessem, antes, de um mínimo de conhecimento de História —, pois estamos certos que seriam mais comedidos nas escolhas que fazem dos seus Colaboradores Efectivos (e das opiniões destes), com honrosas excepções de Luca Bossotti e Alexandre Chiúre que não fazem “parte do baralho”...
Assim, ao contrário do Professor Rebelo de Sousa e de outros, à época, devo adiantar que tive muito orgulho que os de Ano Bom e Fernando Pó tivessem reentrado na Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa (CPLP) que há trezentos anos os abandonou e traiu… Alguma dúvida...?
E por aqui ficamos. Não vá alguém acabar de precisar tomar um comprimido de PARACETAMOL para aliviar «as dores de cabeça» ou uma eventual má disposição...