Por Francisco Nota Moisés
Morreu Chude Mondlane, a filha de Eduardo Mondlane (2)
"Morreu na madrugada desta, segunda -feira, Jennifer "Chude" Mondlane, a filha do fundador e primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Eduardo Mondlane, vítima de doença.
"Aos 66 anos de idade, Chude Mondlane estava internada numa clínica em Morningside, Johanesburg, na vizinha África do Sul, segundo confirmou ao Canalmoz uma fonte familiar. ..."
Vi essa Chude, a filha do Eduardo Monjana, o primeiro dos grandes dos terroristas da Frelimo em Dar Es Salaam em 1968, aquando da nossa destemida luta contra o caudilho Mondlane, luta esta que eu e outros travamos com galhardia, embora no fim e ao cabo perdemos. Quando vi essa filha do inimigo Mondlane, ela e a sua irmã eram meras crianças. Eu não nutria sentimentos de odio contra as duas bobas por não estarem envolvidas nos crimes do seu pai contra a humanidade, mas estive ciente que a filha ou a criança da cobra e cobra, como reza o ditado sena que diz "muana nhoca ndi nhoca."
O pai dela morre em 1969, quando, nós os antigos rebeldes contra ele estivemos já exilados no campo de refugiados da ONU em Rutamba e recebemos a notícia com grande satisfação. Antes da morte do bobo, o regime do Julius Nyerere já nos tinha enviado para aquele campo para nos separar do Mondlane e da sua camarilha de terroristas como o raivoso Samora Machel com uma cara e olhos dum fumador da seruma que metiam medo visto que o homem era verdadeiramente um mapanga ou terrorista; o mapanga Joaquim Chissano, e outros como o curto e baixito Armando Guebuza que num confronto tipo luta livre com um de nós caiu no chão. 0 rapaz que o deteve no chão a gritar em Sena: "ine ndine m'muana sena" para dizer "eu sou sena, recriando assim o cenário da guerra dos Madziwitis, palavra sena para dizer Changanas) de 1895 entre os senas e os changanas de Gungunhana.
O senhor Kamtawa, o diretor tanzaniano do campo, não achou graça quando foi informado que tínhamos celebrado a morte do Eduardo Monjana. Convocou alguns de nós para o seu escritório para nos ralhar. Escutamos o homem e saímos dai sem remorsos de que tínhamos feito uma asneira. Estivemos mais do que satisfeitos que o rato tinha morrido como Winston Churchill, o primeiro ministro britânico durante a Segunda Guerra, disse depois da BBC lhe informar que o rei da Romania tinha morrido. Ele retorquiu, dizendo: Another rat dead (mais um rato morto).