ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Quero começar por juntar-me ao orgulho, a importância e a relevância da independência nacional e de alguma forma a independência nacional vem significar para nós nova geração; desafio, compromisso e um legado que é preciso preservar.
E, quando falo em desafios; o primeiro grande desafio nos próximos [49] anos é mantermos a paz e mantermos a reconciliação nacional, 'acreditando' todos que as questões de reconciliação nacional não se 'restringem' aos políticos e que devem 'abranger' as famílias, as comunidades e as aldeias nas partes mais recônditas de Moçambique.
E, quando me refiro a reconciliação nacional, me refiro a paz social, a 'prosperidade' das pessoas, as políticas públicas inclusivas, reforma das Instituições do Estado e sobretudo nas 'ampliações' dos espaços e formas de participação formais/informações, ou seja, o fortalecimento da democracia, porquê todos nós somos sempre “tentados” a pensar que a reconciliação é uma meta; não! Não é uma meta, ou seja, um bem adquirido e quê ele por si só… poderá existir sem quê façamos qualquer esforço. E eu acho, que nós todos devemos ter a 'consciência e a noção' de que cada um de nós pessoalmente e os autores institucionais devem dar o seu melhor, o máximo para preservar um bem que é de todos os moçambicanos: a paz.
Por isso, Moçambique deve 'ingressar' nos próximos [49] anos como um país 'pacífico e seguro', pois é indiscutível quê a experiência dos últimos [49] anos não deixa a menor dúvida de que, somente em condições de paz efectiva é que o nosso país e os moçambicanos podem realmente 'concentrar' os seus esforços na solução dos problemas económicos tão complexos com que se defrontam. Destarte, um dos grandes desafios que nós temos nos próximos [49] anos até para a reconciliação é trazer o discurso de justiça, da fraternidade e… principalmente de tolerância esta é uma das questões principais nos próximos [49] anos.
Sabemos que a paz é fruto de [contradições] profundas existentes no seio da nossa sociedade e eu acho que um dos nossos grandes desafios para além da manutenção da paz e da nossa reconciliação nós precisamente 'alterar' o nosso paradigma de formulação de políticas públicas, porquê? Porque só destarte poderemos estar à altura de respondermos àquilo que são os desafios que temos pela frente mormente o combate a pobreza, o combate a corrupção, uma educação com qualidade/qualificação para todos os cidadãos, uma economia que possa efectivamente diversificar-se e com isso gerar capacidade económica e riqueza para depois [re]distribuirmos para os nossos cidadãos.
Nos próximos [49] anos, precisamos trabalhar em prol da Defesa Nacional, da Saúde, da Educação, precisamos melhorar [alargar] o abastecimento de água potável, precisamos ampliar a produção da comida, precisamos melhorar o nosso sistema de Justiça, e portanto, eu acho passados todos esses [49] anos de independência nacional temos uma janela de oportunidade única para 'corrigirmos' muito daquilo quê não fizemos ou fizemos mal ou não fomos capazes de fazer por razões óbvias, ainda assim, temos sabido lidar com os nossos erros 'corrigindo' o que está mal e… evoluindo para a excelência, porque de facto, os ganhos dos últimos [49] anos estão ai: melhoramos o nosso índice de qualidade de vida; diminuímos a nossa taxa de mortandade infantil; conseguimos ter uma taxa de cobertura escolar básico acima dos [60%]; aumentamos o número de Instituições de Ensino Superior; aumentamos a nossa esperança média de vida; a economia cresceu mas…nem tanto quanto gostaríamos que tivesse crescido ainda temos uma economia que é muito dependente dos outros.
E portanto, me parece ainda destarte haver aqui uma grande janela de oportunidade para que todos nós e, quando me refiro todos nós, não é só o Governo, me refiro aos Partidos políticos, a Sociedade Civil temos aqui uma 'grande oportunidade' de [re]construir um país quê possa ser de todos um país 'melhor e justo' para todos e para se viver correctamente.
E…neste dia em que festejamos mais um aniversário da nossa independência nacional, uma 'visão' nós temos que ter 'fundamentalmente' àqueles que têm a responsabilidade de governar e conduzir o nosso país quê… o desenvolvimento social de Moçambique vai ser 'determinante' nos próximos [49] anos para quê a 'estabilidade política' continue a 'reinar' no nosso país, porque nós estamos a ver exemplos os conflitos que existem nos países africanos; no Congo-Záire, na República Centro Africana, no Burundí, Líbia, Sudão, Somália, Serra Leoa etc., etc. é porque, de facto, não houve a chamada 'integração nacional', ou seja, eles passaram duma fase de reconciliação e falharam ou estão falhando na minha opinião na chamada fase de 'integração nacional' e…em Moçambique isso é possível fazer de facto se combatermos a intolerância, a pobreza, o desemprego, as desigualdades sociais e assimetrias regionais ao nível do país todo.
E, enfim… de um modo geral, esta 'visão', eu creio quê todos nós temos que ter 'fundamentalmente' aqueles que têm a responsabilidade ou terão a responsabilidade e a sorte de governar o nosso Moçambique nos próximos [49] anos. Estamos agora numa 'encruzilhada difícil' em que todos nós somos poucos para encontrar solução, mas ela está só e unicamente nas mãos dos moçambicanos.
Viva a independência nacional!
Manuel Bernardo Gondola
Maputo, aos [25] de Junho 20[24]