Depois do acelerador a fundo inicial, a Mercedes-Benz parece agora repensar estratégias quanto à mobilidade exclusivamente elétrica. Tanto que, não só o investimento no desenvolvimento de novos motores de combustão regressou, como já atinge valores bem acima do previsto pelo próprio fabricante!
O reconhecimento do crescer do investimento em Pesquisa e Desenvolvimento, no domínio dos motores a combustão, foi feito pelo próprio homem-forte da Mercedes-Benz, Ola Kallenius, que, em declarações à publicação alemã Wirtschaftswoche, assumiu que a empresa já gastou “muito mais” do que normalmente gastaria, por exemplo, na renovação do motor a combustão do seu modelo porta-estandarte, Classe S. Modelo cuja atualização deverá chegar ao mercado em 2026.
Confirmado: novo Classe S vai ter um novo motor a combustão. Ainda que e muito provavelmente, hibridizado…
Segundo o gestor, medidas como esta levaram já a um disparar no investimento, acima do inicialmente previsto, em motores de combustão, e isto numa altura em que a companhia tinha já previsto cerca de 14 mil milhões de euros para os veículos de passageiros.
No entanto e com todas estas verbas, que têm vindo a ser aplicadas também em fábricas e em Pesquisa e Desenvolvimento, por exemplo, com o objectivo de reformular o sistema de transmissão dos veículos híbridos, de forma a que “durem até à próxima década”, a Mercedes acredita que “os nossos motores estarão sempre ao mais alto nível tecnológico”. Já que, “caso contrário, o nosso negócio de motores de combustão paralisaria, em 2027/2028”.
Recorde-se que as declarações de Ola Kallenius à Wirtschaftswoche surgem depois de, ainda em fevereiro, o CEO da Mercedes-Benz ter assumido, num encontro com investidores, que, apesar do investimento já feito na mobilidade elétrica, a empresa tinha decidido continuar a evoluir os seus modelos a combustão, também como resposta ao desacelerar na procura de elétricos.
A afirmação não deixou de causar impacto, ainda para mais, depois da companhia ter anunciado, por diversas vezes, que estava a preparar-se para que as suas vendas se tornassem 100% elétricas, até 2030, “nos mercados em que as condições o permitissem”.
No entanto e ainda no início de 2024, o próprio Kallenius reformulou as previsões, anunciando que, face à nova realidade do mercado, a Mercedes esperava agora que apenas 50 por cento das suas vendas venham a ser de veículos electrificados, híbridos incluídos, até ao final da década.
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