O antigo ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, disse na última terça-feira (16), na abertura da audiência, no tribunal em Nova Iorque, nos Estados Unidos de América, que foi o Presidente da República, Filipe Nyusi, quem o mandou assinar as garantias bancárias que viabilizaram as dívidas ocultas.
Uma publicação do jornal “O País”, refere que na abertura da audiência, o assistente do procurador, Peter Cooch, acusou Manuel Chang de ter dirigido uma conspiração para desviar fundos dos esforços de Moçambique para proteger e expandir as suas indústrias de gás natural e pesca e, por isso, apontou-o como um funcionário estrangeiro corrupto.
Segundo Peter Cooch, os funcionários da Privinvest concordaram conscientemente com um acordo corrupto, no qual Chang os ajudaria a fechar os contratos massivos por um preço.
As evidências no julgamento incluíram documentação de subornos e transferências electrónicas para uma conta bancária na Suíça controlada por um amigo de Chang.
Ainda de acordo com a acusação, os “co-conspiradores desviaram parte desses valores [de empréstimos] para efectuar pagamentos de subornos e comissões, utilizando o sistema financeiro norte-americano com transacções através de contas bancárias nos Estados Unidos, incluindo pelo menos 5 milhões de dólares para o arguido Manuel Chang através do Distrito Leste de Nova Iorque”.
Entretanto, refutando as acusações, o ex-ministro das Finanças apontou o actual Presidente, Filipe Nyusi, à data dos factos ministro da Defesa, como sendo quem o mandou assinar as garantias bancárias que viabilizaram as dívidas ocultas.
Não obstante, os advogados de Chang disseram ao júri que o Governo não tem evidências para provar que Chang recebeu um único centavo dos supostos sete milhões de dólares em subornos, ou que ele conspirou com alguém para violar a lei. Neste contexto, de acordo com os advogados, “os investidores perderam dinheiro porque é o que acontece quando se realizam investimentos de risco em mercados emergentes”.
MZNEWS - 22.07.2024