(Filipe Nyusi deixa a Moçambique «uma mão cheia de nada e outra de coisa alguma»...)
O normal é aquilo que, em determinado período temporal, é comum, regular, usual ou que ocorre de forma natural, frequente ou habitual. É um fenómeno ou comportamento que segue uma norma ou um padrão. Daí que, pela habituação, seja genericamente aceite pela Sociedade, sem necessidade de questionar.
O normal não é intrinsecamente BOM ou MAU. Apenas respalda o conceito de uma maioria societária em determinada época. O tempo, a evolução do pensamento, das crenças e a sucessão de outros normais, é que o julgarão, colocando-o no lado luzidio ou sombrio da balança. A Grécia Antiga teve a pedofilia, Roma a escravatura, as cruzadas o massacre dos infiéis, a Inquisição a caça às bruxas e o Séc. XX deu-nos o Holocausto, o Holodomor e outros tantos líderes sanguinários. Esses “normais” seguiram-se a períodos onde não o eram, onde tais práticas não existiam ou não eram socialmente aceites. A característica fundamental desses “normais” é a adesão popular ao conceito, seja por medo (nos regimes autocráticos e de forte componente Policial e Militar e repressiva, como é o caso de Moçambique), seja por crença (sobretudo nos casos religiosos), seja pela adesão (pretensamente) intelectual a um determinado conceito, validando-o, acolhendo-o e praticando-o.
Em qualquer dos casos, a “normalidade” perdurará tanto mais quanto mais forem os seus praticantes ou, melhor, quanto menos forem os seus opositores. Se os regimes autocráticos como a FRELIMO e os seus (des)governates ainda se podem “dar ao luxo” de executar uns quantos que ousam questionar, já os (aparentemente) democráticos têm tarefa mais árdua e engenhosa. A ignomínia não vem em forma de caixão, mas sob a forma do desprezo, da calúnia, do silêncio, do desterro social. Paralelamente, há todo um trabalho de sapa, feito nos bastidores, de arregimentação de mais uns quantos fiéis que sustentem o “status quo”. E, porque a governação se faz de massas (se o leitor levou para esse campo o substantivo também tem aplicação plena), a manada dos (ditos) “Metralhas” deve engrossar pela acefalia e ausência de capacidade crítica, à semelhança do círculo desenhado no chão para conter o perú, ou da guita (esta agora foi propositada) atada ao pescoço do elefante (a alegoria é que para amestrar elefantes basta, quando bebés, atar-lhes uma corda forte ao pescoço para evitar que eles se evadam. O elefante, desconhecendo a sua força quando cresce, lembra-se apenas da corda que o impedia de fugir, pelo que a associação mental à guita o mantem submisso).
Em Moçambique Filipe Nyusi comanda a guita. Normalizou a incompetência, o nepotismo, o amiguismo, a aldrabice, o carreirismo, a sua ligação ao Tráfico da DROGA (de que é acusado), aos esquemas (de que destacamos as DÍVIDAS OCULTAS) e todo um País que, já andava de tanga e agora de guita, e o pior de tudo isto é que está absolutamente convencido de que deixa qualquer LEGADO ou desenvolvimento Económico à Nação — que ele deixou adoecer ao longo dos dois mandatos que esteve à frente dos Destinos de Moçambique — ou de ter parido ao longo dos últimos 10 anos qualquer rumo de progresso à Nação — embora tivesse a destinta ousadia (para não dizer “lata”) ao ter dito na A.R. na sua última Informação ao País no dia 8 do corrente mês de Agosto — que «fiz tudo o que não fiz por Moçambique na certeza de que este “caminhou resiliente rumo ao desenvolvimento económico do País”. É FARTAR VELINAGEM!
As culpas do Estado da Nação, que já couberam a Joaquim Chissano e a Armando Guebuza, à pandemia, à invasão das tropas do inimigo a Cabo Delgado, são agora atribuídas ao próprio Povo, que as aceita tudo pacatamente. Há agressões sem dó e rixas grupais sem paralelo? Não se trata de desinvestimento na segurança, mas de um Povo que não se sabe comportar. O País arde de Norte a Sul? Não é falha do SERNIC, falta de planeamento ou de meios, mas sim da incúria dos moçambicanos que não apaga bem a beata. De uma ou de outra maneira, aqui ou ali, somos todos culpados de certa maneira desta vida que se atravessa à frente dos carros dos Ministros “Metralhas” destes Frelimistas da “treta” que aturamos desde 1975…
E se o já falecido Sérgio Vieira avisou há mais de duas décadas que “quem se mete com a FRELIMO, leva”, hoje há uma série de acólitos a proclamar tal credo, já não como cristãos novos ou muçulamanos, mas como máxima secular. Enfim, a nova normalidade (ou normalização do absurdo), passa por não atacar os problemas na sua origem, antes por meros placebos em embrulhos de laçarote rosa. Para o menino e para a menina, que hoje é tudo a mesma coisa, à escolha do freguês! E se há greve de Juízes, lá sai decreto facilitador da contratação de todo e qualquer licenciado, num claro retrocesso aos anos oitenta em que havia que dar resposta a questões judiciais e administrativas que se perderam na Independência e na Luta Armada liderada por Samora Machel, na clandestinidade.
Enfim, um “empurrão” trôpego só para fazer as capas de jornal, já que a regulamentação há-de vir (ou não!) muito mais tarde. É táctica conhecida do Partido FRELIMO, este legislar às prestações, como se táctica de guerrilha se tratasse.
No Japão, o Imperador só se ajoelha perante os professores, em sinal de respeito. Por cá, em Moçambique, até os elefantes se ajoelham para colher esmolas, neste circo que é a caricatura de um País… Até quando, Senhores?