Moçambique eclipsou outros países africanos como o principal fornecedor de pau-rosa à China, um material cobiçado pela sua utilização em mobiliário caro.
Moçambique enviou 20.000 toneladas métricas de madeira protegida internacionalmente para a China só em 2023, apesar de uma proibição de longa data de exportação de toros. Ao fazê-lo, Moçambique ultrapassou Madagáscar, Nigéria e Senegal como a principal fonte de pau-rosa da China. De acordo com os especialistas, esses países viram as suas reservas de pau-rosa nativo serem destruídas ou esgotadas pelas empresas madeireiras chinesas ou começaram a aplicar de forma mais rigorosa as proibições existentes em relação ao pau-rosa.
Grande parte dos madeireiros moçambicanos, tanto legais como ilícitos, fazem a colheita na província de Cabo Delgado, que continua a ser atacada pelos insurgentes da Ahlu Sunnah Wal Jamaah, que têm ligações com o grupo Estado Islâmico. Os insurgentes beneficiam financeiramente da exploração madeireira ilegal, de acordo com um relatório recente da Agência de Investigação Ambiental (EIA).
A EIA concluiu recentemente uma investigação de quatro anos sobre o contrabando de pau-rosa em Moçambique e descobriu que cerca de 30% do pau-rosa do país cresce em florestas controladas por insurgentes.
INTEGRITY – 22.08.2024