“Os corpos foram vistos na praia. Não sabemos ao certo como foram lá parar”, disse um morador, salientando que a insegurança voltou a se instalar depois de uma atuação violenta do grupo insurgente.
Um outro morador explicou que os residentes “acordaram com essa informação de corpos a flutuar”, e muitos estão em pânico e a se preparar para abandonar a vila autárquica, protegida pela força ruandesa. “A situação não é boa. Outras pessoas estão a carregar pastas para fugir.”
Outras investidas
O Centro de Integridade Pública (CIP), que também reporta a descoberta de corpos, acrescenta que o grupo armado, terá capturado uma mulher e seus três filhos no dia anterior, na quarta-feira, 4, mas que viria depois a libertar.
“A situação em Mocímboa da Praia tende a piorar”, lê-se numa publicação do CIP.
No sábado, 31 de Agosto, o grupo de insurgentes fez a primeira invasão à Mocímboa da Praia, três anos depois de ter capturado e ocupado a vila aeroportuária por várias semanas, emboscando uma patrulha da força ruandesa.
A troca de tiros entre os insurgentes e a força resultou na morte de dois civis, incluindo uma adolescente, que foi atingida quando tentava escapar do confronto.
Sérgio Cipriano, administrador de Mocímboa da Praia, que confirmou a emboscada de sábado, descreveu a atual situação da vila de calma, mas apelou à vigilância dos moradores para travar a circulação de estranhos.
“Houve troca de tiros, os terroristas puseram-se em fuga e, como consequência, uma menina foi atingida mortalmente e foi achada uma granada dos terroristas. Não temos a situação agravada, mas sempre alertamos para uma vigilância”, disse Cipriano.
VOA – 06.09.2024