A operação começou no passado dia 17 de setembro, quando uma equipa conjunta composta por militares moçambicanos e ruandeses identificaram uma base dos terroristas localizada nas matas do Posto Administrativo de Quiterajo, a sensivelmente 70 quilómetros da vila-sede do distrito de Macomia, na província de Cabo Delgado.
Segundo fontes militares, após a confirmação de que o local era um dos escondidos dos terroristas, começou um processo ofensivo que culminou com a destruição e posterior fuga do inimigo, tendo na ocasião abatidos vários terroristas e outros ficaram gravemente feridos e se movimentado pela mata até a região de Kunamarrussia.
De acordo com fontes militares ouvidas pela “Integrity”, na operação foram recuperados vários materiais bélicos, produtos alimentares e bens da população saqueados. Esta operação ocorre numa altura em que os terroristas vêm se movimentando em cinco distritos, nomeadamente: Macomia, Mocímboa da Praia, Muidumbe, Nangade e Quissanga.
Nos últimos dias, para além de Quiterajo, as Forças Conjuntas recuperaram os postos administrativos de Mucojo e Pangane, facto que segundo as autoridades militares e governamentais levou os terroristas a estarem encurralados. Entretanto, apesar destes avanços operacionais, os funcionários públicos e concretamente do Governo de Quissanga ainda continua a funcionar na cidade de Pemba e em certas regiões de Macomia, as autoridades não aconselham o reinício das actividades, devido a varredura que está a ser feita pela Força Conjunta.
Lembre-se que estas operações acontecem numa altura em que decorre a campanha eleitoral em Moçambique que culminará com as eleições de 09 de outubro, onde mais de 17 milhões de cidadãos moçambicanos em idade eleitoral irão decidir sobre o futuro do País. De referir que recentemente, o renomado jurista e académico português, Jorge Bacelar Gouveia, em entrevista concedida ao semanário Zambeze referiu que “certas potências globais têm feito de tudo para que Moçambique seja desmembrado, porque podem dominar mais facilmente um terço do território do que o País inteiro, razão é importante a unidade nacional para resistir a essa ameaça [IMN].”
Os ataques terroristas em Cabo Delgado já perduram desde outubro de 2017, tendo existido até aqui momentos altos e bons para o Exército moçambicano coadjuvado por diferentes países que já abateram vários cabecilhas do grupo terrorista e detido diversos membros, mas as incursões do grupo continuam em diferentes distritos da rica província em recursos naturais.
INTEGRITY – 22.09.2024