INTRODUÇÃO
João Feijó
A intensificação de um modelo extractivo de desenvolvimento, assente em investimento em capital intensivo e com fortes benefícios fiscais, não tem sido dinamizador do tecido económico local. A maioria da população moçambicana continua ocupada nos sectores da agricultura, da pesca ou no pequeno comércio informal, e largamente excluída das políticas públicas de desenvolvimento. Em zonas de penetração de grandes projectos económicos, vulgariza-se a ideia que o pais é rico em recursos naturais, mas que não beneficiam a generalidade da população.
A persistência de fenómenos de pobreza, quer em termos relativos, quer em número absoluto de pobres são confirmados pelos inquéritos ao orçamento das famílias. Este fenómeno é acompanhado pela crescente fragilização dos serviços públicos, sobretudo ao nível da saúde e da educação. Nos maiores centros urbanos, emerge um mercado de educação e saúde privado, que traduz o aumento das desigualdades sociais e a emergência de diferentes cidadanias, colocando em causa a unidade nacional.
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