Departamento de Transportes e Assentamentos Humanos de KwaZulu-Natal avançou que o muro de concreto que servirá para reforçar a segurança na fronteira entre a África do Sul e Moçambique será concluído até início de 2025, secundando que, após algumas paralisações, as obras decorrem a um ritmo acelerado.
“Estamos a trabalhar com um novo empreiteiro, pois o antigo não cumpriu as obrigações contratuais. Nos últimos tempos, verificámos um grande progresso, pelo que nos parece que no início de 2025 tudo estará concluído, e assim poderemos combater a criminalidade transfronteiriça”, explicou o membro do Conselho Executivo de KwaZulu-Natal, Siboniso Duma.
Citado pelo BusinessLIVE, o responsável sublinhou que a infra-estrutura está a ser erguida em fases, sendo que, ao todo, possui 25 quilómetros de distância, devendo o projecto incluir condições ambientais para diminuir os danos à natureza e as espécies existentes na área.
Duma revelou que, até agora, as autoridades sul-africanas já conseguiram limitar a exportação de carros roubados e outros bens para Moçambique, recordando que eram enviados para o País, por mês, clandestinamente, 30 veículos furtados.
“A área foi identificada como sendo de alto risco e era importante tomar algumas medidas, já que a região do distrito municipal de Umkhanyakude atrai muitos turistas e investimentos. Moçambique está a contribuir com o envio de soldados e há uma presença permanente dos mesmos para ajudar nos bloqueios das estradas. Acredito que no futuro veremos melhorias”, frisou.
Siboniso Duma descreveu que o projecto foi bem recebido pelos moradores locais, as empresas ganharam trabalho de subcontratação e mais de 40 jovens foram treinados, tendo recebido oportunidades de emprego.
“Estamos a trabalhar com um novo empreiteiro, pois o antigo não cumpriu as obrigações contratuais. Nos últimos tempos, verificámos uma grande progresso, pelo que nos parece que no início de 2025 tudo estará concluído, e assim poderemos combater a criminalidade transfronteiriça“
A primeira fase da empreitada, avaliada em 2,1 milhões de euros (145,9 milhões de meticais), arrancou a 17 de Novembro de 2023, para se prolongar durante 12 meses, após a selecção de um novo empreiteiro. A segunda fase desta obra prevê a continuação do muro por mais oito quilómetros, e a terceira mais nove quilómetros na fronteira, até ao rio Pangolo, custando ambas 13,2 milhões de euros (917,2 milhões de meticais).
Em Julho de 2023, quando foi contratado o novo empreiteiro para construir este muro, a governadora de KwaZulu-Natal, Nomusa Dube-Ncube, adiantou que a região costeira de Umkhanyakude, que dista cerca de 78 quilómetros da Ponta do Ouro, em Moçambique, tem sido “atormentada há vários anos por crimes transfronteiriços, especialmente pelo roubo de automóveis, que originam homicídios”.
Desde Janeiro de 2023, a Polícia Sul-Africana (SAPS, na sigla em inglês) reforçou com mais de 100 meios operacionais o combate ao crime na região norte da província de KwaZulu-Natal, que faz fronteira com Moçambique e Essuatíni (antiga Suazilândia).