Mais de mil e seiscentos antigos combatentes da Democracia e da Soberania que integravam as unidades de protecção das fábricas de processamento do algodão, castanha de caju, pescado, e na escolta dos bens públicos e privados, reivindicam, há mais de 20 anos pelo pagamento das indemnizações.
De acordo com os reivindicadores, o grupo foi retirado do quadro permanente das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) para se dedicar, exclusivamente, ao processo de protecção das unidades fabris e no escoamento de produtos diversos, com as promessas de que seria ressarcido, logo que o conflito armado terminasse, facto que não se concretizou até este momento.
Com as cartas de garantia de pagamento, emitidas pelas respectivas empresas, a que tivemos acesso, os cerca de mil ex-guerrilheiros dizem terem mantido vários encontros com as autoridades governamentais da província de Nampula, para efeitos de concertação, mas sem qualquer resultado.
As nossas fontes acusam o director do Gabinete do Secretário de Estado, Tomé Shacushashsa de estar a inviabilizar todo o processo e como retaliação, ameaçam sabotar o processo de votação no dia 9 de Outubro próximo.
De acordo com os nossos entrevistados, mobilizar os seus parentes a boicotarem as eleições foi a única alternativa encontrada para pressionar as autoridades competentes a acelerarem com este processo, embora se considere ultrapassado.
Instado a comentar à volta desta matéria, Tomé Shacushashsa, Director do Gabinete do Secretário de Estado na província de Nampula disse, e citamos “ o processo já passou pelo executivo, judiciário e até ao legislativo e em todos esses órgãos, os documentos foram arquivados. Contudo, poderei me pronunciar sobre este assunto oportunamente”.
Segundo as listas já disponíveis, 410 militares trabalhavam a favor da empresa do algodão de Meconta, 341 para João Ferreira dos Santos, 224 na SAMO, 268 na Caju de Moçambique, em Angoche, 145 para AGRICOM, 132 a favor do Núcleo dos Transportes e 119 para a empresa Pecuária.
MERCADO - 09.09.2024