ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Porquê o Trump não quer seguir com a guerra? É apenas “estratégia“ para ganhar dentro dos Estados Unidos [EU] ou os EU são contra a guerra? Têm enquetes sobre isso?
Eu acho que o jogo do Trump é “essencialmente” um jogo eleitoral, ou seja, ele quer “demonstrar” que o Biden [Kamala] é um 'fracasso'. Repare, todo o discurso do Trump é de que, o Biden [Kamala] é um[a] 'inepto[a]' e colocar sobre a mesa de que, ele Trump resolveria a guerra em [24] hora é um elemento desse discurso eleitoral, é um elemento importante, porque “somados” a outros elementos vai dando força a esse discurso do Trump, até porque os EU realmente estão “fracassando” na guerra por procuração que travam na Ucrânia.
Agora à parte esse elemento, há outros dois que tem que se levar em conta no caso do Tramp, primeiro há um elemento seguinte: o Trump durante o seu “mandato” ficou muito claro, ele queria “redefinir” a relação com a Europa 'especialmente' do ponto de vista militar, até está acontecendo aquilo que o Tramp queria que é o 'aumento' dos gastos [despesas] militares europeus. Mas, o facto quê o Trump sempre foi um “crítico duríssimo” ao facto de que a NATO seja “bancada” pelos EU e a Europa é “protegida” pela NATO sem 'pagar a conta' , o Trump quer que essa 'conta seja paga' pelos países Europeus!
Repare, para o Trump ai vem o segundo elemento; para o Trump o 'grande inimigo' não é a Rússia é a China e o Trump com aquela seu “feitio” um pouco alaranjado, ele 'busca caminhos' para 'refazer' aquilo que foi 'desfeito' nos últimos anos pelos EU.
Ou seja, o Trump quer tentar “separar” a Rússia da China, o Trump ’opera’ com a lógica de que seria 'possível' ter algum tipo de Acordo com a Rússia que 'impedisse' a ’consolidação’ da aliança russo-chinesa. Quer dizer, o Trump olha para o Mapa do mundo, para “disputa” mundial, para geopolítica e diz o meu “inimigo” é a China! É a China que pode 'superar' os EU, é a China que pode “empurrar” o mundo a ’desdolarização’, é a China que pode “disputar” com os EU influência em outras regiões como Ásia, África e América Latina é a China que têm “condições de disputar“ o próprio mercado dos EU. De modo que, o 'inimigo' do Trump nesta lógica não é a Rússia, o Trump na sua Administração, Administração que durou de 20[16] à 20[20], o Tramp na sua Administração 'tentou' estabelecer uma relação relativamente “cordial” com a Rússia na lógica de que seria possível “afastar” a Rússia da China.
Os EU já fizeram essa “manobra” no passado, lembremos quê em 19[72] foi um Presidente Republicano o Richard Nixon que vai à China, que “reconhece” a China, restabelece relações diplomáticas com a China , abre as portas , 'acaba' com todas as sanções e bloqueios contra a China e abre as portas para os negócios do Capitalismo dos EU com a China naquele momento a China estava 'rompida' com a União Soviética[US].
E esse 'rompimento' havia acontecido já no início dos anos [60] e o Nixon que tinha como Secretário de Estado o Henry Kissinger 19[23] / 20[23], o quê faz o Nixon? Ele tenta colocar um “obstrução” ainda + funda nas relações entre a China e a US “oferecendo” mundos de ’fundos’ a China em termos de capitais e tecnologia, em termos de possibilidade de capitais e tecnologia que lá + adiante a China viria a utilizar em larga escala especialmente a partir dos finais dos anos [70] e com isso 'mantendo' a China vamos assim como um “aliado objectivo” contra a US na guerra fria.
Pode-se dizer, o Trump quer fazer uma ’operação’ oposta, uma ’operação’ na qual ele possa-se “aliar” a Rússia contra a China, agora 'mudou' de feitio, mas sempre na lógica de colocar uma “obstrução” entre a Rússia e a China. Uma aliança sino-russa é muito 'perigosa' para os EU e é nesta situação que o Biden “colocou” os EU, o Biden com essa guerra por procuração na Ucrânia “consolidou a aproximação” que já vinha ocorrendo nos últimos [20] anos entre a China e a Rússia, o Biden 'fortaleceu' uma aliança estratégica entre a China e a Rússia.
Por isso, o Trump 'busca explorar' essa questão para “tentar” apresentar um caminho diferente a esse respeito colocando a China como seu inimigo central.
Manuel Bernardo Gondola
Maputo, aos [15] de Setembro, 20[24]