É uma situação que deixa as lideranças do Exército moçambicano sem respostas, mesmo quando questionadas sobre possível saída da crise alimentar que assola todos os quartéis nacionais. Segundo apuramos, no início tudo parecia algo passageiro, mas infelizmente o caso parece ter vindo para ficar.
De acordo com fontes devidamente posicionadas, “vivem-se dias penosos e de muita fome” nas Forças Armadas e de Defesa de Moçambique (FADM), ou seja, não há logística nas unidades militares há meses. As fontes revelaram-nos que em “outras unidades chegava-se a ter o pequeno almoço com pão e água quente misturada com açúcar, nos últimos tempos foi eliminado”.
Devido a situação de falta de logística o horário de funcionamento dos quartéis foi alterado, passando-se a trabalhar em turnos e com poucas horas de permanência. A situação é vista como drástica, uma vez que após as alterações de canalização de recursos e meios passarem exclusivamente ao controlo do “consórcio Ministério da Economia e Finanças (MEF) e o Ministério da Defesa Nacional (MDN)”, curiosamente, este último dirigido por uma prata da casa, Cristóvão Chume, tudo veio alterar-se, deixando seus “ex-colegas” a passarem pelos seus piores momentos enquanto defensores da pátria e a soberania nacional. Entretanto, de acordo com as fontes, quando o MDN era dirigido por elementos não provenientes das fileiras tal situação nunca se verificou.
Conforme revelaram as nossas fontes, para além destes problemas, o Estado moçambicano ainda não canalizou os retroactivos dos militares e até ao momento ninguém se dignou em dar qualquer explicação sobre os contornos do caso.
De lembrar que recentemente o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), anunciou a detenção de três altos quadros do Ministério da Defesa Nacional (MDN) envolvidos no rombo de mais de 40 milhões de meticais que tinham sido alocados ao Estado-Maior General das FADM, mas até ao momento a Instituição ainda não deu qualquer esclarecimento em relação os meandros do rombo, e em contrapartida os quartéis vão se ressentindo de logística e falta de condições de trabalho a escala nacional. (Omardine Omar)
INTEGRITY – 16.09.2024