Decorreu nesta quinta-feira (31.10) em Maputo, um encontro entre o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael e Albino Forquilha, Presidente do PODEMOS.
Como sempre, Bernardino Rafael, vestido com a farda policial, assumiu a postura de comissário político para atacar o candidato presidencial Venâncio Mondlane e menosprezou a luta do PODEMOS ao afirmar que já conseguiram alguns assentos parlamentares e que implicitamente poderiam “se contentar com isso”, abandonando as manifestações que vêm sendo realizadas desde o dia 21 de outubro.
Em resposta, Albino Forquilha, num estilo sereno e didático, disse em frente de Bernardino Rafael que “a nossa luta também visa melhorar a vossa vida. Temos esquadras sem uma simples máquina de datilografar e sem condições, isto não faz sentido (…) tal como foi em 1960 e 1964, os jovens tiveram que dizer basta: a independência ou a morte, e vamos continuar a manifestar até que justiça eleitoral no País seja respeitada.”
Mesmo perante a insistência de Bernardino Rafael, de que as manifestações tinham que parar, Forquilha respondeu “o PODEMOS não pauta pela violência, mas sim, pela justiça e paz, mas aquilo que se assistiu em Mecanhelas, onde um lado estavam membros de um partido e doutro do PODEMOS, não vamos permitir.”
A reunião que era tida como forma de dissuasão para que os membros do PODEMOS não manifestem, pelo contrário, acabou sendo, um espaço para Albino Forquilha demonstrar que a sua luta pela verdade eleitoral vai continuar com manifestações nas ruas pacificamente até que a verdade eleitoral seja reposta, onde segundo afirma o seu partido tem direito há mais de 138 assentos no parlamento, rebatendo a afirmação de Rafael que falou de “alguns assentos”.
Numa outra abordagem, Bernardino Rafael, usando o emotivismo discursivo, tentou instalar uma discórdia entre as afirmações metafóricas de Venâncio Mondlane sobre a caminhada do pessoal do norte e centro em direcção a cidade de Maputo para no dia 07 de novembro tomarem poder, como uma ameaça a soberania, facto que entrelinhas, Forquilha disse que tudo está nas mãos do Conselho Constitucional (CC) que tem a última palavra para parar as reivindicações desta juventude e das pessoas que já perderam fé nas instituições eleitorais nacionais.
Contudo, Forquilha reiterou que as manifestações pacíficas vão continuar e que irão cooperar com a polícia caso existam pessoas infiltradas nas caravanas, tendo exortado que a Polícia deve agir de forma republicana e não limitado os direitos que os cidadãos que exigem a justiça eleitoral possuem. (Omardine Omar)
INTEGRITY – 31.10.2024