Logo pelas primeiras horas foram registados alguns ilícitos eleitorais em alguns distritos de Nampula e de Zambézia. Todos estão relacionados com a atribução de mais de um boletim de voto aos eleitorais, e também de boletins previamente votados. Consuma-se o alerta do Boletim CIP Eleições de que a fraude iria ocorrer nas primeiras horas até às 12 horas.
Nesse boletim revelamos, em primeira mão, que em Alto Molócuè, na Zambézia, havia um grupo que o partido Frelimo estava a preparar para se dedicar ao enchimento de votos nas urnas no dia de votação. As pessoas deveriam votar até às 12 horas (Leia aqui Boletim 303).
Hoje, 9 de Outubro, o primeiro caso foi registado em Nacala-Porto, quando uma senhora foi flagrada na mesa com boletins pré-votados a favor da Frelimo, na capulana que trazia no corpo (ver o vídeo aqui). Geraram-se tumultos e a polícia teve de retirar a senhora, supostamente para a esquadra.
Na cidade de Nampula, um membro da Frelimo foi ao posto de votação com camisetes do partido, o que configura ilícito eleitoral, uma vez que a propaganda é proibida. Quando foi interpelado pôs-se a gritar, justificando que estava no direito de o fazer e que não via problema nisso (ver vídeo aqui)
Regista-se pouca afluência nas primeiras horas, em diversas assembleias na cidade de Maputo.
Em Maganja da Costa, um eleitor foi descoberto a introduzir na urna dois boletins de votos preenchidos a favor da Frelimo. Foi na mesa 04 da Assembleia de Muediua. Quando o presidente foi questionado respondeu que o MMV que distribuiu os boletins pode ter cometido “um lapso” de entregar mais de um boletim (ver o vídeo aqui). No entanto, foi o presidente quem atribuiu os dois boletins e o eleitor já tinha preenchido os dois boletins, o que evidencia que se tratou de um acto deliberado. A atribuição de mais de um voto é uma das formas de viciação dos resultados eleitorais.
No distrito de Mecanhelas, dois indivíduos foram neutralizados com boletins preenchidos a favor da Frelimo, em número que não conseguimos quantificar.