ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Deus está morto!
Dentro da fórmula do Nietzsche, ele chega numa hora, sem + nem menos e… diz, “porque Deus morreu!”
Claro, Deus morreu é uma fórmula bastante 'provocativa', porquê? Porque… é o tipo da afirmação obviamente 'improcedente'. E, porquê é 'improcedente' essa afirmação? Porque se Deus existe não pode morrer, porque Deus não morre! Se Deus não é, então não é Deus! Se Deus não existe, também não pode morrer, porque… para morrer é preciso ter existido.
Então, é claro Deus morreu é o tipo da afirmação só para encher o saco. Mas… o quê que Nietzsche quer dizer com isso Deus morreu? Repare, no final das contas o que Nietzsche quer dizer com Deus morreu, ele quer “denunciar” o fim duma forma de pensar e essa forma de pensar Nietzsche chama de “estrutura religiosa do pensamento”.
O que é a “estrutura religiosa do pensamento?” A “estrutura religiosas do pensamento” é a oposição definitiva entre o bem e o mal, é a oposição definitiva entre o céu e a terra, é oposição definitiva entre a Cidade de Deus e Cidade dos homens, quer dizer, a “estrutura religiosa do pensamento” é, a convicção de que, o além é superior ao aquém, o além é superior ao aqui mesmo.
Mas… também, quando Nietzsche diz que Deus morreu, está dizendo que está morrendo uma maneira de pensar que 'apavorou' a humanidade durante Séculos que é a maneira de pensar que fora daqui é melhor do que aqui e… ele diz, “uma sombra aterrorizou a Europa durante Séculos e… esta sombra está indo embora, porque Deus morreu! ”
Deus morreu trata-se da morte de todas as visões morais tradicionais que repousam na oposição entre o ideal e o real, que repousam na oposição entre o bem e o mal, que repousam na oposição entre o justo e o injusto, que repousam na oposição entre o adequado e o inadequado, que repousam na oposição entre o honesto e o desonesto, ou seja, toda a filosofia moral que nos apresenta uma 'solução dicotómica' entre o certo e o errado morrerá junto com Deus, porque é Deus que 'oferece fundamentos' para essa toda “patacoada”, porque sem Deus tudo rui e…tudo é permitido.
Mas… é claro quê com a morte de Deus morrem também todos os ideais políticos da filosofia politica, com a morte de Deus morrem todas as “utopias”: sociedade sem classes, sociedade dos poetas mortos, atlântida, 'el dourados' e… todo o katsuo que o homem “inventou” para poder fechar os olhos para o mundo da vida.
Épháaa… não sei se você percebeu; “o Deus está morto” do Nietzsche não se trata apenas de 'ateísmo' ou da morte literal de uma divindade é, “exploração filosófica” do declínio dos valores morais e espirituais tradicionais no mundo moderno, Nietzsche observou à medida que a sociedade abraçava a racionalidade e a ciência, as crenças fundamentais que antes “estruturavam” nossa moral começaram a “desmoronar” e ele “observou” que essa mudança deixou um vazio onde antes existia certeza nos desafiando a “confrontar” o caos e criar nosso próprio significado em um mundo incerto.
Então, perceba, quando Nietzsche diz que “Deus está morto” ele nos chama a “questionar” a base de nossos valores e crenças nos impulsionando para uma nova era de pensamento.
Você está pronto para “repensar” sua visão de mundo!?
Manuel Bernardo Gondola
Maputo, aos [24] de Outubro, 20[24]