Depois de três dias de apelos para que as empresas continuassem a funcionar e não se deixassem intimidar com a greve de sete dias convocada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, eis que na quarta-feira (30.10), logo após as reuniões entre a Confederação das Associações Económicas (CTA) e o Governo moçambicano, através do Ministério da Indústria e Comércio (MIC), várias empresas, principalmente do sector bancário (BCI, Standard Bank e outras) anunciaram o encerramento dos estabelecimentos nesta quinta-feira (31.10) devido aos contornos da greve geral e nacional em curso.
Logo pela manhã, a zona empresarial da capital confirmava que as empresas não seguiram o apelo da CTA e preferiram fechar as portas, mesmo com a presença massiva de agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), SERNIC, SISE, Militares e inclusive o reforço de elementos ruandeses e alegações da presença de zimbabweanos na capital, uma vez que parte significativa foi mobilizada para outros locais devido a onda de perseguição que muitos polícias estão a sofrer.
A convocação da manifestação nacional tem mostrado diferentes facetas, uma vez que os movimentos violentos começam a fazer-se sentir no final do dia e na calada da noite, e em outros locais, onde começam mais cedo, os manifestantes acabam sendo baleados, detidos ou assassinados pela Polícia, como aconteceu na manhã desta quinta-feira (31.10) em Tete, onde um jovem que se preparava para ir manifestar foi baleado com uma bala verdadeira por um agente da PRM, injustificadamente, enquanto isto acontecia, o Comandante-Geral da PRM, Bernardino Rafael proferia um longo “sermão religioso” em Maputo, tentando justificar a actuação errónea da polícia nos últimos dias e que já levou a morte de 11 pessoas, vários baleados e centenas de detidos. (Omardine Omar)
INTEGRITY – 31.10.2024