Por Afonso Almeida Brandão
A política e a gestão não deveriam ser actividades em conflito o que, infelizmente, acontece com demasiada frequência no caso Moçambicano. Facto, aliás, que o “intelectual de pacotilha” de nome Marcelo Mosse ignora. Quando em 1968 entrei para esta nobre e dignificante profissão, acabadinho de fazer 18 anos, como Repórter Estagiário, no então DIÁRIO em Lourenço Marques (actual Maputo), já sabia que uma boa parte dos jornalistas não eram no País de então muito populares, mas nunca tinha imaginado o abismo que me esperava. Verifiquei, por exemplo, que o cumprimento dos horários, o hábito de escrever e de documentar o que se faz, ou a avaliação do trabalho realizado, coisas normais na gestão das empresas ligadas à Comunicação Social, à época, eram hábitos não apenas estranhos, mas frequentemente hostilizados. Compreendi, então, que o rigor, a disciplina e o método eram condições ali desconhecidas, a favor da oralidade e do combate político/partidário do denominado regime Fascista de Salazar, a partrir de Portugal, contra os ex-Estados Ultramarinos portugueses.
Nos tempos que correm, em Moçambique a política é defender tudo o que possa reforçar o poder do partido FRELIMO no “poleiro” desde 1975 e enfraquecer os restantes, com total desconhecimento, ou desleixo, em relação a factos e às práticas de gestão seguidas nos outros países da CPLP no que à Imprensa dizem respeito, pormenor que este “intelectual” da “treta” de nome Marcelo Mosse desconhece.
Estamos diante um sujeito que utiliza as palavras com habilidade e de forma venenosas, jogando habilmente com segunda intenção. Esta será uma das razões para todos aqueles que estiverem atentos aos meios de Comunicação Social neste inicio do Séc. XXI — e sobretudo ao “pasquim” do Jornal CARTA DA SEMANA — verificará que as habituais posições dos profissionais deste “jornaleco”, a começar pelo seu Director Marcelo Mosse — nada têm feito do que mostrarem sustentadamente posições de opinião favoráveis ao Partido da FRELIMO, o “tal” que é conhecido como o «chuxa-lista» da nossa praça — embora de forma disfarçada — mas de uma maneira geral afecto ao (des)Governo que temos “aturado” há cinco décadas a esta parte, pela simples razão de que NÃO sabem do que falam nem muito menos do que escrevem e opinam, já para não incluir a governação. Os exemplos podem ser constatados nos Editoriais deste senhor, semana-após-semana... Muitos dos jornalistas em Moçambique dedicaram as suas vidas a praticar o que escrevem e que isso esteja em rota de colisão com muitas das posições pró-frelimista, não surpreenderá.
Na actual conjuntura política a excepção pode ser apontada a jornais como o SAVANA, CANAL DE MOÇAMBIQUE, EVIDÊNCIAS ou NGANI, só para citar alguns exemplos, órgãos de Comunicação Social que têm trabalhado muitos anos na direcção de uma forma profissional honesta ao serviço do Jornalismo sério e dignificante — apesar deste Marcelo Mosse não ter aprendido lá muito bem o que o saudoso Carlos Cardoso ensinou.
Infelizmente, o “on line” Média-Fax tratava-se, à época, de uma empresa jornalística muito direccionada e influenciada por opções políticas contrárias ao regime da FRELIMO e que, por isso mesmo, o seu Director acabaria por ser assassinado bárbaramente e crivado de balas no final do Ano 2000. Nestas coisas, na Política como no Jornalismo, não há milagres e tudo que não está ao serviço do Poder Vigente está contra ele e isso tem uma explicação racional e um resultado maléfico...
Em resumo, há quase 50 anos que em Moçambique as decisões políticas estão nas mãos e nas cabeças da grande Família FRELIMO, de cunho «chuxa-lista» e bastará olhar para o «currículum» de todos os membros das suas actuais hierarquias para compreender que na sua esmagadora maioria não sabem do que andam a fazer, à excepção de roubarem, jogar-baixo, mentir e terem colocado o Povo e o País na miséria em que se encontra atulado...
Daí, a pergunta que não cala: onde é que o Partido FRELIMO melhorou a vida do trabalhador? De Moçambique? Qual o mal no lucro que gera impostos, investimentos, emprego e faz circular a riqueza?
O que justifica empresas do Estado sempre mal geridas e com frequentes abusos e casos de corrupção? Deve-se cuidar em dotar o Estado de recursos para programas sociais ou apenas punir o investidor, o proprietário, o accionista, o contribuinte? E que atitude, coragem e frontalidade têm tido a maioria dos jornalistas moçambicanos que representam a actual Imprensa que se edita entre nós, de todos aqueles que escrevem e fazem análise política em prol de Moçambique, de Norte a Sul do País?
Os homens não comprometidos com a Demagogia de Esquerda — qual será efectivamente a posição do Marcelo Mosse e do “sua” CARTA DA SEMANA? — que corrói as sociedades, inclusive sob o ponto de vista ético e moral — e deviam perguntar-se onde erraram e onde estão a errar perante a repetição de frustrantes e enganadores resultados eleitorais sucessivamente fraudulentos que têm ocorrido entre nós, sem que os esses mesmos Jornalistas, Observadores Internacionais, a CNE e a UE nada tenham feito até hoje, para que estes RESULTADOS sejam anulados e repetidos?
Pois é precisamente isso que acaba por acontecer, mais uma vez, com estas últimas (e vergonhosas!) Eleições Presidenciais.
E vem o senhor Director do “pasquim” em questão agora “arrotar” conselhos de “lana caprina”, para cima de todos nós, no seu último Editorial, em forma de Carta Aberta (dita) da Semana, que não passa, isso sim, de um vómito de bradar aos céus?!...
Deixe de brincar com as palavras, com situações sérias, dando conselhos e sugerido “panoramas” e sobretudo com a habilidade com que escreve como quem escreve, à maneira de “outro” Mia-Mia Couto «empacotado e ao serviço da FRELIMO» que deixou Moçambique e o seu Povo no estado calamitoso em que se encontra, ao fim de cinco séculos para esquecer...
O Carlos Cardoso — de quem fomos como irmão, “unha com carne”, facto que o M.M. desconhece, tinha razão quando nos confidenciava alguns dos episódios pouco abonatórios sobre este “finório”... e por aqui ficamos para evitar descermos a pormenores menos recomendáveis sobre este sujeito, que atirou pedras sobre um político e honrada figura como Venâncio Mondlane — esquecendo-se como se esqueceu — que têm (também ele!) «telhados de vidro» ...