(José Eduardo Agualusa apenas abriu a sua “bocarra” para dizer palermices reveladoras da sua falta de carácter, vergonha e honra...)
Uma das coisas que mais me fascina no mundo da Literatura e da Política é a capacidade, quase inata, de autopreservação a qualquer custo. Não pelo vale-tudo que revela o pior de cada um dos intervenientes, antes pela capacidade de antecipação de cenários, de preparação de respostas e contra-ofensivas, pela escrita de que é autor, enfim, pela habilidade das palavras e dos enredos que desenvolve nos seus romances, além das respostas e, sobretudo, da fertilidade e engenho de cortinas de fumo e manobras de diversão que utiliza para denegrir terceiros.
Um exemplo do primeiro foram as observações descabidas e de “trazer por casa” que o “convencido” escritor angolano José Eduardo Agualusa fez a propósito do político Venâncio Mondlane — e das insinuações gratuítas e parvas à candidatura deste às Eleições Presidenciais de Outubro último —, além de algumas referências critinas que veio a fazer à Figura deste político sério, patriota e que ama, acima de tudo, o seu Povo e o País. Referências que não podem ser proferidas irresponsavelmente como foram por um AGUALUSA qualquer que ainda por cima vive em território Nacional, algures, na Ilha de Moçambique — e que ninguém sabe muito bem a que propósito...
Venâncio Mondlame é um Homem de carácter inquestionável que todos reconhecem como um combatente com postura e verticalidade — que o nosso “escriba” de “cove e alface” não tem nem nunca virá a ter, pois falta-lhe posição suficiente para lá chegar. O escritor moçambicano Ungulani está cheio de razão em ter manifestado o seu desagrado ao escrever, na última edição do semanário EVIDÊNCIAS desta semana, o que opinou.
Ou seja: a opinião de Agualusa, um “escriba” de “meia-tigela” mas convencido que tem “gracinha”, apenas abriu a sua “bocarra” para dizer palermices reveladoras da sua falta de carácter, de vergonha e honra.
Paradigmático do segundo exemplo, é tudo o que se seguiu à manutenção de Filipe Nyusse como Presidente da República, neste segundo mandato, à frente dos destinos do País. O Partido FRELIMO e o Povo apostaram os SEUS VOTOS todos neste senhor, bem (?) sabendo que estavam a hipotecar o seu Futuro enquanto cidadões livres ou filiados “por engano” na ilusão... Mas também sabemos que a mairia DESTA votação foi uma farsa...
Antecipando o mais que provável cenário do que se esperava com os resultados destas Eleições antecipadas, absolutamente enganadoras não deixa dúvidas de fraude e está à vista de todos e com alegadas irregularidade no processo decorrido que, no final, de forma abjecta e tendenciosa, o canditato Daniel Chapo e os seus “metralhas” de Partido gritaram (?) vitória até mais não poder. E foi só ver o “nosso” (deles!) Presidente Nyusse todo contente, aos saltos, com as listas falsas que davam a maioria dos Votos ao candidato Chapo. O objectivo claro: eleger um homem que nem sequer “ganhou juízo” quanto mais votos suficientes para ser eleito. O objectivo, isso sim, foi dividir o eleitorado do Povo Moçambicano do PODEMOS com o objectivo do seu candidato ser prejudicado do Povo não votar nele, de forma útil. Mas a verdade é que votou em número suficiente dando a Vitória merecedora ao Partido PODEMOS e ao seu Candidato VM, não obstante os quase 70% de Abstenção verificados na contagem dos Votos. Como é que a FRELIMO vem dizer-nos, agora, que ganhou as Eleições com uma margem a rondar os 80%?!... No mínimo é surrealista, para não dizer atrevido...
E tudo isto foi previsto para que Daniel Chapo fosse eleito Presidente da República de Moçambique. E não é por acaso que Armando Guebuza tenha dado uma força significativa, em termos de participação, curtido o condão de abanar ou fazer afastar todos aqueles que não eram a favor do Partido no “poleiro”. Quem duvida? Nesta agenda pessoal da FRELIMO, gerindo temas e “timings” a seu bel-prazer, mas sempre preocupado com o seu Futuro Político (embora em perigo de ruir!), recomendaram que vários dos seus “comparsas” roubassem Votos verdadeiros e que fossem trocados posteriormente por Votos falsos, de maneira a favorecer o candidato Chapo.
O que veio a verificar-se. Por outras palavras: os “senhores” do Poder Frelimista deram carta branca aos seus irresponsáveis “capangas” para que estes fizessem as “trocas e baldrocas” que fizeram e as mais estapafúrdias medidas que lhes podessem ter ocorrido, para que a FRELIMO viesse a ter maioria nas Eleições Presidenciais, o que veio a acontecer, como sabemos. Contudo, o que tem feito com os resultados das eleições que se conhecem, desde 1975 até à data, esteve sempre acobertado pelo tacticismo político que se impunha e lhe poderia garantir a reeleição. Porém, a substituição (ou demissão) de funções governativas, hoje, obedece a um calendário meramente pessoal e tem consequências (muito) mais nefastas para o País.
É que, aproveitando o «barco à deriva» que é este Governo de Filipe Nyusse, e sabendo que ninguém sindica, sequer, a racionalidade, oportunidade, utilidade ou até a legalidade das medidas, escoradas por um Parlamento acéfalo e subserviente, tem-se aproveitado «a terra de ninguém» para fazer passar diplomas que não representavam mais do que visões fundamentalistas de matérias fundamentais...
E, sem nos determos muito sobre as questões económicas que, em muitos casos representam a sobrevivência de muitos pequenos comerciantes e a profunda desconsideração por todos aqueles que fizeram enormes investimentos para adaptar os seus estabelecimentos comerciais, mercearias, restaurantes, cafés e esplanadas às restrições que a Lei já veio impor, importa sublinhar o seguinte: qual o saldo eleitoral de Nyusse se tivesse anunciado na campanha de Chapo estas medidas? Quantos pessoas e comerciantes teriam deixado de votar nele? É que, de facto, há matérias tão relevantes e com implicações tão directas e pessoais, que não deveriam ficar sujeitas aos sonhos húmidos de um qualquer Governante. É tempo de aprender a dar um pouco de dignidade a um sistema Democrático que se pretende representativo de uma larga maioria da População e, sobretudo, ter a coragem de se anunciar previamente medidas que possam restringir os seus direitos. E essas só podem ser asseguradas pelo político Venâncio Mondlane e com as pessoas que ele venha a convidar para formar Governo, com seriedade, determinação e sentido patriota, pois possuidor de medidas concretas que sabemos levar a cabo. E quanto a Filipe Nyusse e aos seus dois anteriores Presidentes da República — destes últimos 50 anos — e a todos os seus (des)governantes, que levaram Moçambique à ruína em que se encontra, só nos apetece dizer: “Senhores, a maioria de vós merecia ir para a prisão...”