O enchimento de urnas não é novidade nas eleições em Moçambique, mas nas últimas (09/10) foi muito mais descarado e aberto. Os observadores da UE testemunharam o enchimento de urnas em seis províncias, disse a observadora-chefe, Laura Ballarin Cereza, numa conferência de imprensa ontem (11 de outubro).
Os observadores nacionais viram o enchimento de urnas em 10% das assembleias de voto visitadas na Zambézia, que é, mais uma vez, a pior província. Os observadores, na Zambézia, relataram que muitos presidentes de mesa tinham pilhas de boletins de voto já arrancados do livro de boletins, prontos a serem entregues a pessoas selecionadas que preencheriam vários boletins a favor da Frelimo e depois os dobrariam juntos. Um presidente tinha 38 boletins de voto à sua frente e outro tinha 45. Estes foram entregues a pessoas previamente combinadas, algumas, que recebiam 200 Mt (3 dólares) em troca.