ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Terceira questão. O Estado de Israel está ganhando a guerra contra o povo palestiniano?
Definitivamente não! Uma guerra não se ganha ou se perde como se fosse um Campeonato de futebol contando mortos e feridos de cada lado, guerra são “fenómenos geopolíticos” de dimensões profundas quê conectam o Campo de batalha com a vida interna dos povos e Estados “envolvidos” no combate de múltiplas maneiras.
Por exemplo, o Vietnam 'perdeu' [2] milhões de pessoas na guerra de libertação contra os EU, que por sua vez viram “ceifada” vida de apenas [50] mil dos seus soldados, mas… quem ganhou a guerra, o Vietnam ou os EU? A União Soviética como já citei aqui “perdeu” [27] milhões de pessoas contra o nazismo e a Alemanha [10] milhões, mas… quem ganhou a guerra?
O Estado de Israel “mata e destrói” em escala industrial, em escala “monumental” porquê dispõe de armas e financiamentos muitas vezes superiores aos das Organizações anti sionistas, mas Israel não conseguiu “destruir ” o HAMAS ou sequer “controlar” Gaza depois de um ano! Em [7] de Outubro o HAMAS em 'celebração' a esse ano de genocídio e resistência o HAMAS voltou a 'atirar mísseis' sobre Israel apesar de toda a “destruição” na Faixa de Gaza.
Também “claudica” a ofensiva sionista sobre o Líbano e o Hezbollah, sobre o Iémen e sobre a síria. Israel tem uma “enorme vantagem” na guerra aérea, mas… o jogo 'muda' quando entra em cena os combates de infantaria e artilharia, nessas condições quando entram em cena combates de infantaria e artilharia Israel tem 'enormes dificuldades' para avançar no terreno, porque no combate homem a homem Israel não tem a mesma 'superioridade' quê no combate aéreo.
Provavelmente, as Organizações anti sionistas, o chamado eixo da Resistência; Hezbollah, HAMAS, Houthis provavelmente essas Organizações não têm ''capacidades militar ofensiva'' para “despedaçar” as Forças Armadas sionistas e 'obter a rendição' israelita, mas a sua ''capacidade defensiva'' tende a colocar o Estado de Israel no “pântano” aprofundando o isolamento internacional do regime sionista e sua crise interna.
O Governo Netanyahu lá no início, há um ano atrás “imaginava e prometia” uma guerra rápida o que definitivamente não ocorreu uma guerra rápida e com “triunfos espectaculares” e nada disso se sucedeu! Repare, frente a essas dificuldades o Netanyahu 'opta' agora pela regionalização da guerra, apresentando essa regionalização da guerra como um conflito decisivo entre o imperialismo [ocidente] e o Oriente tentando por isso, 'ampliar a participação' a ajuda das Potências imperialistas “lideradas” pelos EU.
Não vamos deixar quê a nossa dor, a nossa dor pela dor do povo palestiniano e agora também pela dor do povo libanês, não vamos deixar quê a nossa dor “confunda” a análise dos factos, em nenhuma das guerras anteriores de colonização que o Estado de Israel já 'travou', e nenhuma dessas guerras anteriores o regime sionista viu-se diante de tamanhos desafios e obstáculos que podem “empurrar” esse país + cedo ou + tarde para uma guerra civil, pois vai-se rompendo o consenso sobre estratégia crescentemente belicista e supremacista implementada por Netanyahu.
Tudo é muito difícil ou incerto, é verdade! Nada é fácil na resistência contra o regime sionista e seus aliados, mas o Estado de Israel vive hoje o seu “pior” momento está muito longe de ganhar essa guerra, embora seja capaz de 'impor um sofrimento' raramente visto, depois que o nazismo foi batido nos Campos da segunda guerra mundial.
Manuel Bernardo Gondola
Maputo, [18] de Outubro, 20[24]