ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Quinta questão. Como seria possível parar o genocídio e obrigar o regime sionista a aceitar a “autodeterminação” do povo palestiniano?
Repare, a pergunta é complexa, a resposta pode até parecer simples, mas nós temos que “tomar cuidado” ao formulá-la. Não é razoável imaginarmos pelo “desequilíbrio” das condições militares e financeiras de que a resistência palestiniana “despedaçará” o Estado de Israel e imporá uma “determinará” uma derrota do regime sionista; essa não é uma probabilidade, essa não é a via + 'provável’ de encerramento do genocídio contra o povo palestiniano.
Mas, a resistência militar ao regime sionista é parte fundamental da solução, sem a resistência do povo palestiniano o regime sionista continuará a “impor” o seu colonialismo, portanto, a resistência em Gaza, na Cisjordânia, no Líbano, no Iémen, a “ajuda militar” que possa dar o Irão ou a Síria ou até mesmo Grupos no Iraque, toda essa resistência armada contra o regime sionista, embora não seja provavelmente suficiente para derrotar Israel, essa resistência é importante para “criar dificuldades” à maquina de guerra do sionismo.
Por isso, esse é um vector para parar o sionismo, mas esse vector somente poderá ser “potencializado” se a ele se “somar” um segundo vector; o segundo vector é o da “solidariedade internacional”. Repare, aqui eu não estou falando apenas de “manifestações” em solidariedade ao povo palestiniano, mas “manifestações” quê exijam dos vários Governos medidas práticas contra o regime sionista: embargo comercial, ruptura de relações diplomáticas, bloqueio, boicote, sanção, desinvestimento, ou seja, a 'asfixia' comercial, financeira e militar do Estado de Israel.
Lembrando, o Estado de Israel é um “Estado artificial”, ou seja, ele não “consegue” caminhar com as próprias pernas, “depende” da ajuda militar e financeira especialmente dos EU para poder manter o colonialismo. Portanto, o crescimento da “solidariedade internacional” com uma forte pressão para quê os Governos “interrompam” as relações com Israel para que os Governos boicotem Israel é muito importante, se esse boicote alastrar-se, se esse boicote ganhar dimensão mundial Israel ficará em “maus lençóis” e portanto nesse momento o genocídio poderá ser detido e a “autodeterminação” do povo palestiniano poderá ser vitoriosa.
Repare, isso, foi o que “aconteceu” para acabar com o regime do apartheid na África do Sul nos anos [80], o movimento final que levou ao fim do regime do apartheid foi exactamente o movimento de boicote, sanção e desinvestimento contra a África do Sul, a África do Sul “virou” pária, África do Sul perdeu mesmo a possibilidade de participar de Campeonatos desportivos ou Campeonatos de miss mundo, a África do Sul ficou totalmente “isolada” e sobre esse “isolamento” entrou em crise o regime do apartheid e a burguesia branca Sul-africana teve que 'negociar 'uma saída, uma transição do regime do apartheid.
Portanto, esse segundo elemento da “solidariedade internacional” é vital, também foi assim que o Vietnam ganhou a guerra, o Vietnam ganhou a guerra nos Campos de batalha, mas também porque houve uma enorme “solidariedade” dentro dos EU e da Europa na época não existia a UE, houve um tremendo movimento de “solidariedade” que paralisou as mãos assassinas do imperialismo norte-americano dos EU e obrigou os EU a “levantar” a bandeira branca jogar a toalha no ringue e aceitar a vitória do povo vietnamita contra a ocupação.
E o terceiro factor deve ser lembrado; com a “resistência armada” palestiniano, com a “resistência armada e popular palestiniana ” com medidas de boicote e embargo contra Israel esses dois vectores fatalmente provocarão uma duríssima crise interna do regime sionista, uma crise profunda que o “enfraquecerá e o debilitará”. Assim, a conjugação desses três factores, é que poderão, tanto travar o genocídio contra o povo palestiniano, quanto permitir o seu direito a concretização do seu direito à “autodeterminação”.
É claro parar o genocídio, cessar-fogo são exigências imediatas, mas está muito claro que Israel não 'cederá' pressões diplomáticas, que Israel não 'aceitará' a negociação a não ser que seja “obrigada” a isso. Estar obrigada a isso é a luta da resistência, a luta armada popular de resistência anti sionista e também o 'crescimento' da pressão internacional ela tem que se multiplicar ou esse genocídio não terá fim ou a colonização não terá fim.
Manuel Bernardo Gondola
Maputo, [24] de Outubro, 20[24]