Por Roberto Tibana
Era básico: depois de ter recebido um convite para um encontro sem agenda específica, o Candidato Presidencial Venâncio Mondlane enviou uma proposta de agenda detalhada. Outros candidatos também expressaram as suas expectativas sobre o que deviam ser os pontos da agenda. Isso já ajudava muito o Presidente da República que cometeu o erro de convocar uma reunião dessa envergadura, com pessoas tão importantes (!) sem agenda concreta. Os assessores deveriam ter pegado nesse material e preparar uma proposta de agenda "harmonizada" e distribuir por todos os participantes, solicitando ainda que confirmassem a sua presença. Essa agenda "harmonizada" nem precisava de incluir todos os 20 pontos do Candidato Venâncio Mondlane na forma em que foram apresentados (aquela lista poderia ser reorganizada em grandes temas), mas seria um ponto de partida. E no encontro de hoje, na altura de se adoptar a agenda cada participante poderia ainda argumentar pela inclusão deste ou daquele outro ponto. Até nem haveria mal nenhum se o único resultado do encontro de hoje fosse a adopção de uma agenda a ser debatida em sessões subsequentes.
A fixação de uma agenda é um momento estrategicamente decisivo de um processo de diálogo ou negociação. Ao não apresentar uma agenda concreta o Presidente da República abriu um grande flanco que o Venâncio Mondlane muito inteligentemente explorou. E parece que tanto o Presidente comia sua equipa de assessores ficará "chocados" e perderam iniciativa de fazer algo senão arrumar a sala de encontro. O que resultou no fiasco que vimos.
Mas será isto resultado de incompetência ou faz parte de manobras dilatórias?