A vila de Macomia, no centro da província de Cabo Delgado, registou entre segunda e terça-feira um movimento “invulgar” de elementos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), gerando uma nova preocupação entre os moradores.
A preocupação resulta do facto de alguns militares se terem deslocado àquela vila em pequenos grupos, alguns a pé, outros de motorizada. Alguns não tinham armas de fogo. Habitualmente, contam os moradores, os militares são transportados em viaturas das FADM sempre que se deslocam ou regressam de missões de combate contra os terroristas.
Uma outra fonte confidenciou à "Carta" que os militares que chegaram em massa à vila-sede de Macomia terão abandonado as suas posições no Posto Administrativo de Quiterajo, devido a uma alegada falta de rendição por parte de seus colegas. "Estavam na zona de Quiterajo e decidiram sair a pé devido à falta de rendição e de alimentação", contou a fonte, que teve a oportunidade de conversar com um deles.
A mesma fonte revelou que alguns militares, após deixarem as armas no quartel, na vila de Macomia, regressaram às suas casas. Na semana passada, o Estado Islâmico reivindicou que havia travado um forte combate contra as tropas governamentais no posto administrativo de Quiterajo, causando algumas baixas.
Na mesma zona, os terroristas alegaram que viaturas das forças governamentais haviam detonado bombas colocadas pelos militantes do Estado Islâmico. Recorde-se que, há dias, o ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, disse que os militares estavam com alta moral combativa no Teatro Operacional Norte.
CARTA - 13.11.2024