Batemos no fundo Camaradas, batemos no fundo!

A analogia

Meus camaradas, a situação em que o partido FRELIMO se encontra é semelhante à situação de um navio que atravessa o alto mar, carregando a bordo todas as famílias dos nossos camaradas.

O nosso navio é liderado pelo camarada Presidente Filipe Jacinto Nyusi, o nosso capitão.

Todos nós os camaradas séniores, excepto os incautos camaradas da OJM, percebemos que o nosso navio estava trilhando um caminho tenebroso, um caminho que nos levaria a um embate sem precedentes na história da nossa sexagenária FRELIMO, o caminho da autodestruição, da automutilação.

Todos nós vimos que caminhávamos para uma forte colisão junto do iceberg, e informamos ao nosso camarada Capitão para que contornasse o navio e alterasse a rota da arrogância, da exclusão, do autocracia, opressão interna e da corrupção, pois somos experientes e possuímos mais de 50 anos de viagem pelas águas profundas do Índico, e que manter-se nestas águas carece de trabalho conjunto.

Aconselhamos ao nosso camarada capitão que seria um suicidio despertar o poder do povo, despertar o autoconhecimento, o potencial que eles tem para fazer-nos sucumbir a todos e perdermos todas as nossas regalias e mordomias.

O nosso camarada capitão, em sobreaviso, ignorou todas as nossas colocações e julgou-se mais conhecedor do mar, e accionou o gatilho morte , levando-nos todos em direção ao iceberg.

Se tivéssemos afastado o capitão a tempo, mesmo contra a sua vontade, teríamos protegido o nosso navio e todas as pessoas a bordo, mas insistimos em mantermos calados enquanto o nosso navio caminhava para um caminho sem volta, o caminho da morte.

Arrependo-me profundamente por não ter promovido uma moção de censura contra o camarada capitão, evitando o embate que furou toda a nossa infraestrutura, molhando-nos os sapatos, as calças, as cuecas, as camisas e até o pescoço.

Estamos afundando camaradas, e o que nos resta é cada um nadar á sua sorte em busca de terra fértil para um novo recomeço, com uma outra forma de estar.

Custa-me muito dizer isto, mas nada mais nos resta que pedir desculpas públicas ao nosso povo, afastar imediatamente o nosso capitão e trabalhar conjuntamente com o nosso povo, com outros partidos, passando a ser uma sociedade comum como tantas outras.

Até sempre Cdas.

Membro do CC

ÓSCAR MONTEIRO