Caro (as) amigos (as),
Junto em anexo o convite e o cartaz do lançamento de livro «Jorge Jardim o ano do adeus ao ultramar.
Encorajo encarecidamente a participarem, pois o protagonista do livro foi o luso-moçambicano mais misterioso do século XX, devido a suas mil e uma facetas. Com uma faceta de actor, de magnata da imprensa e de petróleo, de político hábil, no livro se presta a contar como este homem franzino, hábil e incrivelmente mirabolante tentou jogar a última cartada, para evitar a debandada de 250 mil cidadãos da etnia branca de Moçambique.
Melhores cumprimentos
SINOPSE
Esta obra pretende-se um farol, com material inédito, buscando iluminar os acontecimentos do pós-25 de Abril de 1974, assim como o episódio trágico de 7 de Setembro, em Lourenço Marques, do mesmo ano. Com enfoque no Engº Jorge Jardim, trata-se de um ângulo inédito e distinto de contar também sobre os derradeiros momentos da luta armada de libertação e os demais acontecimentos que lhe sucederam, vinculando-o a uma tentativa humana e de redenção de se acercar à FRELIMO, através do «Programa de Lusaka», com que buscava evitar a debandada de 250 mil brancos de Moçambique.
Debaixo da lenda desta personalidade e com informação devidamente contextualizada, o autor esmiuça os factos, que marcaram o fim do Ultramar português e a emergência de um novo conflito, debaixo da consigna da guerra fria.
Afamado como uma das mais ímpares e insignes personalidades da África Austral, purgado pela Junta de Salvação Nacional, dos capitães de Abril, Jorge Jardim, tratado como um monstro, esgrime os seus argumentos, mas não consegue impor o seu plano em cima da mesa, no tratado de Lusaka. Daí resvala-se para um plano secundário e assiste desencantado o processo dramático e trágico da descolonização desde a periferia.
Cinquenta anos depois, olhando para o pensamento de Jorge Jardim, é possível depreender que, mais do que votar-lhe ao ostracismo e ao tabu, Jorge Jardim foi um nacionalista, que pretendeu contribuir com o seu pensar particular, que mantivesse a dignidade da maioria e dos derrotados, numa harmonia comum, sem se ferirem uns aos outros.
Ao desenterrar o perfil deste homem complexo, raro, pretensamente anti-racista, com as suas contradições e partes encantadoras, como todos os seres humanos comuns, o autor oferece a oportunidade de se esgravatar sobre a documentação e testemunhos interessantes de uma figura enigmática, esclarecendo sobre os momentos que mediaram a morte de Eduardo Mondlane, com isto demonstrando que a história é um processo dinâmico, em permanente construção.
A relevância de documentar com intensidade esse período de ouro da história contemporânea é um serviço à Nação.