Por Afonso Almeida Brandão
Quem escreve, faz Política e Governa corre um risco muito maior do que o alcance da sua maneira de ser político, governante ou de quem escreve. Corre o risco presente da exposição, do ridículo, da devassa, dos julgamentos em praça pública, dos insultos e das ameaças. Mas corre, também, o risco Futuro do seu Passado que passa a constar dos arquivos, das redes sociais e que fica apenas ao alcance de uma pesquisa pelos artigos que escreve nos jornais em que colabora ou que dirige muito mal e irresponsavelmente — ou através do Google, para que possa ser julgado, lido, distorcido e qualificado a bel-prazer de quem julga. Todos têm direito de escrever as “babuzeiras” que entendem, de estar “ligados” políticamente ao Partido dos “Metralhas” (vulgo FRELIMO), de Clube, de não estar bom da “mioleira”, da boa ou má governação que faça e de opinião, menos os Políticos, os Govertnantes, os Jornalistas e os Escritores.
Se hoje, num determinado contexto e com os elementos de que dispomos, tomamos uma posição, a mesma será usada para nos qualificar para todo o sempre, não nos sendo permitida qualquer contextualização histórica ou social e, menos ainda, o direito de evoluir. Apenas o dever de nos penitenciar e oferecermos as costas às merecidas chibatadas. Daí que a prudência aconselhe a não nos expormos e fazermos artigos de opinião redondos e estúpidos, que não passem de verbos de encher, como vendo sendo o caso flagrande da anedota do Director e pseudo-escriba do Semanário ZAMBEZE, do comportamento de vários Políticos e Governantes da FRELIMO, a fim de não hipotecarmos o nosso Futuro, como tem feito semana-após-semana este “cara-pálida” ao serviço do “pasquim” ao qual está ligado e com “a benção” solene do Partido no “poleiro” desde 1975.
Aliás, o que aqui afirmamos engloba a maioria dos nossos políticos, governantes, jornalistas, analistas e cronistas de aviário, peço desculpa, quis dizer antes da moda, mantendo-se «na roda como hamsters», como é o caso do exemplo caricato do “frelimista” de “trazer por casa”, de nome Francisco Rodolfo, do Ministro Cristóvão Chume ou de Verónica Macano, de quem aliás já escrevemos — para além de tantos outros...
Contudo, há imperativos morais e de carácter que, de quando a quando, nos impelem a escrever, mesmo sabendo que os temas são sensíveis e que a nossa opinião vai contra o “status quo” da “nossa” (deles) PRM de valores que actua sob a capa do politicamente correcto. Há coisas que não podemos calar: por nós, pelos nossos filhos e pelas Gerações Vindouras. Não ceder ao conformismo, por comodidade individual, não é um acto de coragem. É a garantia de defesa da Democracia, Pluralista de opiniões (mas nunca de natureza «chuxalista»!) e respeitadora das nossas divergências, num exercício perigoso, mas cada vez mais necessário.
E o que dizemos tem muito a ver com as opiniões gratuítas do Director do Jornal ZAMBEZE, que rara é a semana em que não escreve “babugeiras” com a Realidade do País e dos acontecimentos mais importantes que ocorrem em Moçambique. Condenar ou falar mal do político Venâncio Mondlane como se estivesse a falar mal de um “mal-trapilho” qualquer, é assunto, no mínimo, grave e irresponsável. Este “palerma” e os políticos e governantes frelimistas ainda não compreenderam que o Povo Moçambicano — e sobretudo os jovens — estão fartos da FRELIMO até à raíz dos cabelos e que querem mudanças urgentes. Basta de Ladrões, de Assaltantes ao Erário Público, de Mentirosos, e de “fabricação fraudulente” sempre que há Eleições no nosso País, de Traficantes de Droga — que proliferam soltos por ai e, finalmente, de alguma Tropa e de grande parte dos nossos Agentes da Autoridade (vulgarmente conhecidos por Polícias) — que em vez de estarem do lado do Povo para o defender e proteger, mais não fazem do que o atacarem, maltratar, ferir e matar. Os exemplos são bem evidentes. E já agora dos (ditos) Esquadrões da Morte que actuam a coberto do anonimato e da noite, “ao serviço” de figuras de que todos sabemos quem são...
São “mercenários” que MATAM sem dó nem piedade, em troca do “vil metal”. E fazem-no em profundo e manifesto desrespeito pela Vida do Cidadão e da Lei Vigente e que acaba sempre por de lá sairem impunes. E o pior é que tudo isto acontece, amiúde, sem que se oiça uma palavra de condenação por parte dos nossos (des)governantes, da Presidência da República, do Primeiro-Ministro, do Ministério Público, do Ministério da Defesa Nacional — sob a alçada de um “tal figurante” de nome Cristóvão Chume —, ou o apoio merecido, expontâneo e sem tibiezas ao político Venâncio Mondlane, que se vê enxovalhado, insultado, odiado e menorizado, depois ameaçado de morte — com “a cabeça a prémio” por 16 Milhões de Meticais (imaginem!) — primeiro na rua e depois nas Televisões e nos Jornais, de que o ZAMBEZE e o PONTO POR PONTO são tristes exemplos. E, sobretudo, são pessoas como nós que se manifestam à causa que sabem que está “caducada” há muitos anos, à causa que dizem defender mas que não representam e que acaba por representar, isso sim, o maior retrocesso de que há memória na sua tentativa de afirmação e compreensão perante o resto da População Moçambicana.
As dificuldades que qualquer cidadão encontra na sua vida profissional não serão, seguramente, em função do seu género, das suas convicções políticas, da sua profissão ou outras, mas da vocação para o qual foi fadado e que escolheu. Todos sabemos que, em Moçambique, e ressalvadas raríssimas excepções, todos nós temos que “chupar pau” para sobreviver. E, infelizmente, essa obrigação estende-se a todos os sectores profissionais da nossa Sociedade. Enfim, para poder sobreviver sabemos todos que a diferença está no pau que se escolhe chupar… O que aconteceu entre nós, de Norte a Sul de Moçambique, com os últimos episódios de violência, poderia e deveria ter sido tanta outra coisa, a começar por várias manifestações de respeito uns pelos outros, num exercício de igualdade e de cidadania, como irmãos que somos. E para concluir, pois não estamos interessados em descer a mais pormenores, somos de opinião que o nosso Governo e os seus (mais) altos designatários deveriam ter uma demonstração mais responsável, que não discriminasse ninguém perante a Lei e que não tivesse havido perseguições a quem quer que fosse, como aconteceu à População de uma forma geral e indiscriminadamente e com o Político Venâncio Mondlane que concorreu às Eleições Presidenciais de 2024, em nome do Partido PODEMOS, independentemente de outras razões pessoais ou não que o moveram a candidatar-se...