Por Francisco Nota Moisés
É preciso ter coragem do diabo para fazer aquilo. Num vídeo que acabei de ver, manifestantes travam uma luta renhida com o gás lacrimogênio da própria polícia frelimoteca. Quando as granadas vinham rolando contra eles com fumo depois de lançadas contra eles pela polícia inimiga, os manifestantes eram capazes de apanhar à mão e lançar ou chutar contentores do gás lacrimogênio e atirá-los contra os policias.
Os populares tinham garrafas ou outros pequenos contentores com água nas mãos para lavarem as suas caras e os olhos para neutralizar o gás lacrimogênio e não pareciam estar afetados pelo fumo e o gás que devolveram a policia afetou a força inimiga, forçando o inimigo frelimoteco a fugir a pé ou no seu camião que se retirou precipitadamente.
Num outro vídeo com outra cena algures, um camarada frelimoteco vestido da sua camisa vermelha da Frelimo foi agarrado e descamisado. O camarada resistiu heroicamente, mas foi descamisado na mesma e dado 20 meticais para ir comprar uma outra camisa na Matola. Achei grande o senso de humor dessa gente.
Num outro vídeo, o Girafa Chapo está com poucas pessoas do seu grupelho vestida de roupa vermelha com uma arvore em frente deles e um curandeiro a falar com os espíritos atras da arvore. Depois o girafa vai a base da árvore para implorar aos espíritos para lhe favorecer. Os espíritos recusam a sua imploração com um comentário em baixo da arvore dizendo "não cola não cola."
O outro vídeo mostra os manifestantes com um caixão para a Frelimo. Isto chamaria se "MALODZA" ou mau agouro para assinalar um mau evento que se aproxima na minha língua de Sena que é também infelizmente a língua do cafre Chapo.
Num outro vídeo uma criança que não se explica coerentemente diz, chorando histericamente, Venâncio. Ele apoia e ama o Venâncio. A este respeito se diria "Mizimu iripo" na língua do cafre Chapo para salientar que os espíritos velam por nós. A criança não chorou e entoou o nome Venâncio pela sua própria vontade. Eram os espíritos que falavam através dele.