O Ministério da Defesa assegurou esta tarde, que caso os tumultos prevalecerem e com sinais de alterar a ordem constitucional, as forças de defesa serão acionadas para repor a ordem, destacando sinais de violência de algumas manifestações que vêm acontecendo no país em protestos aos resultados eleitorais.
Em conferência de imprensa, Cristovão Chume, mostrou vídeos de moçambicanos que circulam na internet preparando bombas caseiras, com instrução clara do seu uso nas manifestações, sinalizando existir actos preparatórios para alteração do poder por vias ilegais.
Para Chume, o que se está a assistir são actos preparatórios para a alteração do poder por vias ilegais e neste contexto, apesar das forças policiais estarem no terreno, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique – FADM também estão em suporte à Polícia, desobstruindo as vias com barricadas e prestando cuidados médicos primários aos feridos da manifestação.
“Se o escalar da violência continuar, não se coloca outra alternativa senão mudarmos as posições das forças no terreno e colocarmos as Forças Armadas a proteger aquilo que são os fins do Estado. As FADM estão em prontidão para intervir e proteger os interesses do Estado bem como defender a soberania nacional”, enfatizou Cristóvão Chume.
Na ocasião, o ministro da Defesa avançou que neste momento os militares estão no terreno apenas no apoio às restantes forças de segurança e à população.
O ministro da Defesa Nacional reitera o carácter apartidário do exército moçambicano e afasta a a possibilidade das tropas ruandesas se envolver neste que a fonte considera ser “nosso assunto”.
Mais adiante, o ministro da Defesa lamentou as mortes de civis e polícias e a onda violência nas manifestações, deplorando a participação das crianças nos protestos.
Desde 21 de Outubro, Moçambique vive manifestações um pouco por todo o país contra os resultados das eleições gerais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
O candidato presidencial apoiado pelo PODEMOS, Venâncio Mondlane, apelou a uma greve geral e manifestações durante uma semana em Moçambique, entre 31 de Outubro e 7 de Novembro, dia em que espera uma mega-concentração na capital para manifestar contra os resultados anunciados das eleições gerais de 9 de Outubro.
Venâncio Mondlane designou esta como a terceira etapa da contestação aos resultados anunciados pela CNE. Esta fase segue-se aos protestos realizados nos dias 21, 24 e 25 de Outubro, na sequência do duplo homicídio de dois apoiantes, o advogado Elvino Dias e o docente Paulo Guambe, mortos a tiro numa emboscada em Maputo na noite de 18 de Outubro.
A CNE anunciou, a 24 de Outubro, a vitória presidencial de Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, com 70,67% dos votos. Venâncio Mondlane teria ficado em segundo lugar, com 20,32%.
Contudo, Venâncio Mondlane não reconhece estes resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
Na terceira posição da eleição presidencial, de acordo com a CNE, ficou Ossufo Momade, presidente da Renamo, com 5,81%, seguido de Lutero Simango, presidente do MDM, com 3,21%. Ossufo Momade também disse que não reconhece os resultados eleitorais anunciados e pediu a anulação da votação. Lutero Simango recusou igualmente os resultados, considerando que foram “forjados na secretaria” e prometeu uma “acção política e jurídica” para repor a “vontade popular”.
MZNews - 05.11.2024