EUREKA por Laurindos Macuácua
Cartas ao Presidente da República (204)
Não sei se são actuais as fotos que circulam nas redes sociais mas, se forem, é estranho que o Presidente da República apareça em bares, em amena cavaqueira a beber uísque, enquanto o País está em chamas. O que me faz ainda mais confusão é o silêncio ensurdecedor de alguns membros do partido Frelimo que os julgava decentes. E isto empurra-me à conclusão de que no partido, com pouquíssimas excepções, são todos japoneses, ou seja, assemelhados. Aqueles que parecem banhar-se com gotas de águas éticas acabam, mais cedo ou mais tarde, mostrando que as suas roupas também sujaram-se na lama que respinga sobre os vãos da politicagem. Definitivamente, está difícil achar alguém com traje de vestal!
Afinal quais são os seus planos, Presidente, perante esta crise? É que vejo que não tem plano nenhum, e muito menos tem o partido que o senhor lidera. Daí a conclusão de não haver inocentes no paiol dos camaradas.
Não adianta distinguir as culpas pelo tamanho de fatias maiores ou menores. Alguém dizia que uma pessoa 99% honesta é 100% desonesta, porque não existe honestidade relativa. Ou se é honesto ou não. É como a gravidez. Inexiste mulher mais ou menos grávida. Portanto, os participantes do banquete político provam o mesmo cardápio. Na Frelimo todos estão feitos com todos, por isso a crise. Quer dizer, não interessa se o povo morre, se as escassas infra-estruturas são destruídas pela fúria popular, o importante é a Frelimo governar. Doa a quem doer, como o próprio Presidente faz questão de repetir este odioso refrão.
O que sobra de bom e onde? Seriam os jovens da OJM a solução? Talvez, mas estes mesmos parecem encantados com a pirotecnia do Estado-Espectáculo.
DN – 01.11.2024