A cidade de Maputo acordou no meio de uma batalha pelo acesso à zona de cimento. Os manifestantes tentaram fazer uma marcha pacífica contra a fraude eleitoral, mas foram bloqueados de todos os lados com tiros e gás lacrimogénio. O maior número de manifestantes entre eles várias mulheres vinham da Maxaquene e Polana Caniço a que se juntaram aos grupos que vieram de Malhazine, Magoanine entre outros. A marcha saiu da Praça dos combatentes, vulgo Xiquelene, mas quando os manifestantes chegaram próximo a Praça da OMM foram recebidos com tiros, disparados pelas forças de defesa e segurança que incluem um grupo mais violento ainda, que os manifestantes chamam de "Ruanda", sugerindo que sejam ruandeses.
Na estátua Eduardo Mondlane, no Alto Maé, a polícia e o exército tomaram conta do local para que ninguém se aproxime. Este era um dos locais que havia sido anunciado como sendo de concentração. As forças que neste momento estão literalmente a esmagar o direito a manifestação estão a disparar indiscriminadamente incluindo gás lacrimogénio. A ideia é impedir que os manifestantes entrem na cidade. Os moradores da cidade estão "aquartelados" nos prédios com medo das forças de defesa e segurança e do "Ruanda". Os moradores dos bairros periféricos estão a tentar todas as formas de entrarem na cidade. Em resposta à carga policial em alguns pontos já começou a queima de pneus.
CANALMOZ - 07.11.2024