O Governo sul-africano anunciou o encerramento da principal fronteira com Moçambique, apelando aos empresários que suspendam temporariamente o transporte de mercadorias pelo posto fronteiriço de Lebombo.
A ministra dos Transportes da África do Sul, Barbara Creecy, apelou às empresas envolvidas na área da mineração para que atrasem a saída dos camiões das minas, alertando que as filas de espera na fronteira têm já uma extensão de 20 quilómetros.
“Por favor, atrasem os camiões nas vossas minas. As filas de camiões no lado sul-africano da fronteira com Moçambique prolongam-se já por 20 quilómetros. A situação dos motoristas [de veículos pesados] é desumana, não existem instalações sanitárias ao longo da estrada, nem água, nem comida”, frisou.
A governante realçou que as autoridades moçambicanas abriram o posto fronteiriço de Ressano Garcia para permitir que camiões vazios e também veículos de passageiros atravessassem para a África do Sul, mas não houve passagem de veículos de carga do lado sul-africano desde a manhã de domingo, 8 de Dezembro.
“O Departamento de Transportes, em articulação com a Agência de Transportes Rodoviários Transfronteiriços (C-BRTA, na sigla em inglês) e as forças policiais, estão a articular esforços para gerir esta terrível situação”, descreveu.
A principal fronteira entre a África do Sul e Moçambique, situada em Komatipoort, província de Mpumalanga, tem enfrentado várias interrupções nos últimos dois meses devido aos protestos pós-eleitorais que acontecem no País, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.
A Associação de Transportes Rodoviários (RFA, na sigla em inglês) da África do Sul estimou o prejuízo dos operadores sul-africanos em cerca de 5 mil milhões de rands (17,6 mil milhões de meticais), devido aos atrasos registados no movimento de carga através do Porto de Maputo, como resultado das primeiras manifestações pós-eleitorais no passado mês de Novembro.
Moçambique enfrenta vários protestos populares após a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder desde 1975, ter obtido a vitória nas eleições gerais de 9 de Outubro, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE).