Mais de 30 pessoas morreram entre 4 e 10 de Dezembro, segundo dados compilados pela organização não governamental Plataforma Eleitoral Decide.
Pelo menos 110 pessoas perderam a vida nos protestos em Moçambique desde 21 de Outubro, data de início das manifestações contra os resultados eleitorais que despoletaram em todo o país, até ao dia 9 de Dezembro.
De acordo com a organização não governamental Plataforma Eleitoral Decide, durante esse período 329 pessoas foram baleadas e mais de 3.500 foram detidas.
Um manifestante atira uma pedra durante uma greve nacional convocada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane para protestar contra os resultados provisórios das eleições de 9 de outubro, em Maputo, Moçambique, 21 de outubro de 2024
Um manifestante atira uma pedra durante uma greve nacional convocada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane para protestar contra os resultados provisórios das eleições de 9 de outubro, em Maputo, Moçambique, 21 de outubro de 2024
Só entre os dias 4 e 9 deste mês, 34 cidadãos morreram, 89 foram baleadas e quase 150 foram presas. A maioria das mortes foi registada nos distritos de Nampula e Gaza, sendo que a maior parte dos baleamentos ocorrem em Nampula e Cabo Delgado.
A última fase de contestação reivindicada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane decorre até 11 de dezembro, tendo-se iniciado no passado dia 4.
É expectável que os protestos continuem apesar da aproximação das datas festivas. Mondlane afirmou nas redes sociais que não esperava que os manifestantes se tornassem apáticos durante a época festiva. “Desta vez, não vamos ter Natal, porque o povo vai estar na rua”, insistiu Mondlane na passada semana.
O Conselho Constitucional deverá confirmar os resultados pelo menos duas semanas antes da tomada de posse, em janeiro, de Daniel Chapo, 47 anos, candidato da Frelimo à sucessão do Presidente cessante, Filipe Nyusi.
VOA – 10.12.2024