Após o assassinato de Filipe Samuel Magaia, Secretário do Departamento de Defesa e Segurança da Frente de Libertação de Moçambique, FRELIMO, em Outubro de 1966, intensificou-se a tendência do grupo de Sulistas de dominar outros grupos étnicos moçambicanos, através da manipulação.
Está a ser lançada uma nova táctica de dominação tribal, forjada com a promoção de um chamado “Messias de Moçambique”, um indivíduo sem experiência de governação e que, apenas com uma Bíblia na mão, faz tudo para “colocar o povo no poder”.
A sua luta se concentra em manifestações: incitando a população a se manifestar violentamente e a saquear e destruir propriedades pertencentes a civis que nada têm a ver com o governo da Frelimo.
Note-se, no entanto, que colocar “o povo no poder” é um slogan retirado dos discursos do primeiro presidente de Moçambique, Samora Moisés Machel, um presidente tribalista e sanguinário que cometeu muitos erros de governação.
Durante a sua governação, centenas de nacionalistas, principalmente Nortenhos, foram presos e executados, sem julgamento, antes e logo depois da independência de Moçambique. Havia 14 “Centros de Reeducação” em Moçambique durante a sua liderança. Várias violações de direitos humanos foram cometidas nesses centros, incluindo moçambicanos que foram enterrados e queimados vivos. O Público Magazine de 25 de Junho de 1995 revela que de um total de 1800 presos políticos que entraram no Centro de Reeducação de M’telela, apenas 100 saíram com vida.
Durante a governação do Presidente Samora Machel, quase todos os ministros, governadores provinciais, embaixadores, PCAs e administradores distritais eram Sulistas ou Nortenhos casados com mulheres Sulistas.
Não existe tal coisa como “o povo no poder” em nenhum lugar do mundo. Todos os governos são agências de uma classe governante. Mesmo quando ocorre uma revolução, como a revolução cubana, uma nova classe governante chega ao poder. Não é o povo que chega ao poder.
Uma vez consolidado o poder do Estado, este será usado primeiramente para beneficiar a classe governante. Se, por exemplo, o chamado “Messias” chegar ao poder, a primeira coisa que ele fará será satisfazer os interesses dos seus associados, das pessoas que o ajudaram a chegar ao poder. Se isso não for feito, corre o risco de ser derrubado. As palavras, como “o povo no poder”, são meros slogans que pessoas como Samora Machel usaram para granjear o apoio do povo e permanecer no poder.
Uma das razões pelas quais uma classe governante se torna necessária é por causa das complexidades das sociedades modernas que tornam impossível para todos os membros da sociedade participar das actividades cotidianas de governação. Se isso acontecesse, seria difícil chegar-se a uma decisão. Os interesses da população são diversos e concorrentes. Os interesses dos fazendeiros e dos camponeses, por exemplo, não coincidem.
Obviamente, uma liderança da Frelimo, da forma como actualmente governa o país, não deve ser permitida a permanecer no poder. Para manter o apoio e a lealdade do povo, o governo precisa satisfazer as necessidades do povo, expandindo a sua influência económica, cultural e social na sociedade. Em outras palavras, o governo precisa ter um número maior da população que se beneficia materialmente do sistema e, portanto, tem interesse em proteger e promover este mesmo governo.
O que este autor se opõe, no entanto, é o surgimento de um governo como o do Presidente Samora Machel, porque isso só tornará a vida do povo moçambicano pior do que é agora. O “Messias de Moçambique” mostra todos os sinais de querer seguir os passos de Machel, que foi o pior presidente que o país já teve.
(Recebido por email)