O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, exonerou vários membros do Governo a poucos dias do término do seu segundo mandato, que se encerra no próximo dia 15 de Janeiro.
As exonerações, formalizadas por meio de despachos presidenciais separados, abrangem ministros, vice-ministros e outros altos funcionários, assinalando uma significativa reestruturação na composição do Executivo antes da transição de poder para o Presidente eleito, Daniel Chapo.
Entre os ministros exonerados estão Carmelita Rita Namashulua, que ocupava o cargo de Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano desde Março de 2022, e Carlos Alberto Fortes Mesquita, Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, em funções desde 19 de Janeiro de 2020. Helena Mateus Kida, Ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, também foi dispensada após exercer o cargo desde a mesma data.
Ivete Joaquim Maibaze, Ministra da Terra e Ambiente, e Daniel Daniel Nivagara, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, ambos empossados em Janeiro de 2020, também foram afastados.
Lídia Cardoso, Ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, que assumiu a pasta em 2021 após uma remodelação governamental, foi igualmente exonerada, assim como Carlos Joaquim Zacarias, Ministro dos Recursos Minerais e Energia, que exercia a função desde a mesma data.
Silvino Moreno, à frente do Ministério da Indústria e Comércio desde 2020, e Josefina Beato Mateus Mpelo, Ministra dos Combatentes, completaram a lista de ministros dispensados. Mateus Magala, Ministro dos Transportes e Comunicações, que também integrava o governo desde Janeiro de 2020, foi outro a deixar o cargo.
Além disso, o Presidente exonerou vice-ministros, como Lucas Mangrasse, Vice-Ministro do Género, Criança e Acção Social; Henriques Bongece, Vice-Ministro do Mar, Águas Interiores e Pescas; Olegário Banze, Vice-Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural; Carla Loveira e Amílcar Tivane, Vice-Ministros da Economia e Finanças; e António Osvaldo Saide, Vice-Ministro dos Recursos Minerais e Energia. Todos eles assumiram funções no início do segundo mandato de Filipe Nyusi, em Janeiro de 2020, e deixam os cargos a poucos dias do fim do ciclo governativo.
As recentes exonerações, se alinham as outras feitas na semana passada sobre figuras de relevo, como Verónica Macamo, Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação desde 2020; Margarida Talapa, Ministra do Trabalho e Segurança Social; Nyeleti Mondlane, Ministra do Género, Criança e Acção Social; Celso Correia, Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural; e Ana Comoana, Ministra da Administração Estatal e Função Pública.
Estas personalidades estiveram em funções durante os últimos cinco anos, desempenhando papéis centrais em áreas estratégicas. E foram dispensadas para poderem tomar posse como deputados, alguns deles, na Assembleia da República nesta Segunda-feira.
Essa reestruturação acontece num momento em que o país se prepara para a tomada de posse do Presidente eleito, Daniel Chapo, marcada para 15 de Janeiro de 2025. A transição marca o fim de uma década de governação de Filipe Nyusi, iniciada em 15 de Janeiro de 2015.
Com a exoneração dos ministros e vice-ministros, o actual chefe de Estado parece abrir caminho para o próximo governo reconfigurar o Executivo à luz das prioridades de seu desejo.
Contudo, entre os que não conhecem ainda a graça da exoneração, está o um dos “pontas de lança de Nyusi”, Adriano Maleiane, que acumula os cargos de primeiro-ministro e Ministro da Economia e Finanças. (Bendito Nascimento)
INTEGRITY – 13.01.2025